Agência France-Presse
postado em 17/02/2015 18:30
Cerca de 40 pessoas foram mortas nesta terça-feira na Nigéria em diversos atentados, essencialmente no nordeste do país, região sob constante ameaça dos islamitas do Boko Haram, mas também no sul - que até agora vinha sendo relativamente poupado das violências pré-eleitorais. A violência atinge novamente a Nigéria - primeiro produtor de petróleo do continente africano, cujo norte é majoritariamente muçulmano e o sul principalmente cristão - antes das importantes eleições de 28 de março. Ao longo de um ataque perpetrado por três homens-bomba, 36 pessoas foram mortas nesta terça-feira perto de Biu (nordeste), segundo balanço comunicado à AFP por uma fonte da área dos serviços de saúde. Segundo um membro de uma milícia local de auto-defesa, o atentado foi cometido por "três homens à bordo de uma motocicleta" por volta das 10H (horário de Brasília) no povoado de Yamarkumi, a quatro quilômetros de Biu, no estado de Borno.
[SAIBAMAIS]Os três homens detonaram os explosivos que levavam junto ao corpo e "mataram onze pessoas, milicianos de auto-defesa e crianças vendedoras de rua", declarou essa testemunha, cuja versão foi confirmada por um morador da cidade. O ataque ocorreu após outro ataque terrorista na última quinta-feira no movimentado mercado de Biu. Uma jovem mulher detonou os explosivos que levava junto ao corpo e matou onze pessoas, além dela mesma.
O grupo Boko Haram já tentou diversas vezes tomar Biu, situada a 180 km da capital do estado de Borno, Maiduguri, mas o grupo armado foi derrotado todas as vezes pelo exército e pelas milícias de auto-defesa. Um outro atentado-suicida atingiu a Nigéria algumas horas após o ataque de Yamarkum. Por volta das 16H40 locais (13H40 de Brasília), um homem detonou os explosivos que levava consigo em um restaurante de uma rede popular da cidade de Potiskum, capital do Estado econômico do estado de Yobe.
o ataque matou o gerente e um garçom do restaurante, segundo um policial e uma fonte da área de saúde, que estimam que 13 pessoas tenham ficado gravemente feridas, entre funcionários e clientes. Outros episódios violentos não pouparam a campanha eleitoral no sul do país, a algumas semanas de um pleito que deverá ser bastante disputado.
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Um policial morreu atingido por disparos, um jornalista foi esfaqueado e outras quatro pessoas ficaram feridas durante um comício da oposição nigeriana na cidade de Okrika, no estado petroleiro de Rivers (sul), informou um candidato ao governo local. "Cinco policiais foram baleados. Um deles morreu e outros quatro se encontram em estado crítico neste hospital", disse Dakuku Peterside, do All Progressives Congress (APC), que pretendia discursar no comício.
Peterside e uma fonte da emissora privada Channels informaram que um jornalista que cobria o evento para o canal, Charles Erukaa, foi esfaqueado e tinha sido levado para o hospital. Os incidentes ocorreram durante evento político com vistas às eleições para governador previstas para o próximo 11 de abril, duas semanas após eleições presidenciais e legislativas de 28 de março. O partido APC é a principal formação de oposição ao atual presidente, Goodluck Jonathan - candidato à reeleição.