Agência France-Presse
postado em 17/02/2015 20:25
O ex-presidente islamita egípcio Mohamed Morsy, deposto em julho de 2013 pelo exército, não será julgado por incitação ao assassinato nas manifestações celebradas em 14 de agosto do mesmo ano, informaram na noite desta terça-feira fontes judiciais e veículos oficiais. Horas antes havia sido informado que Morsy se apresentaria em um tribunal militar em 23 de fevereiro para responder ao quinto processo contra ele, mas não será assim, uma vez que o ex-presidente estava detido e isolado do mundo exterior quando ocorreram os fatos.[SAIBAMAIS]Khairat Al Chater, número dois da Irmandade Muçulmana, detido desde 5 de julho de 2013, tampouco foi mencionado no processo. A agência oficial MENA também retificou sua informação inicial e indicou que "Mohamed Morsy e Khairat Al Chater não estão entre os acusados dos distúrbios (...) em Suez".
O primeiro chefe de Estado eleito democraticamente no Egito corre o risco de ser condenado à pena de morte em quatro processos que correm em tribunais civis. Desde que foi deposto e detido, em 3 de julho de 2013, por ordem do atual presidente e comandante do exército, Abdel Fatah Al Sissi, mais de 1.400 partidários islamitas morreram nas mãos das forças de segurança, a metade dos quais em 14 de agosto de 2013, durante protestos em favor de Morsy.
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Mais de 15.000 partidários da Irmandade Muçulmana foram detidos e centenas, condenados à morte em processos sumários condenados pela ONU. Morsy e praticamente a totalidade dos dirigentes do movimento podem ser condenados à morte em vários processos por incitação ao assassinato, espionagem e corrupção.
A Irmandade Muçulmana, que venceu todas as eleições após a queda de Mubarak, em 2011, foi considerada "organização terrorista" pelo novo regime, que as organizações internacionais de direitos humanos consideram "mais repressivo" que o do "rais" Mubarak.