Agência France-Presse
postado em 17/02/2015 20:44
O promotor pediu nesta terça-feira a absolvição pura e simples do ex-diretor-gerente do Fundo Monetário Internacional (FMI), Dominique Strauss-Kahn, julgado em Lille (norte da França) por um caso de proxenetismo junto a outras 13 pessoas. "Nem a informação judicial, nem a audiência permitiram estabelecer a infração de proxenetismo agravado para Strauss-Kahn", declarou o promotor Frédéric F;vre, ao concluir sua alegação final.Na véspera, dois advogados de autores da ação judicial contra Strauss-Kahn anunciaram que vão retirar suas queixas de delitos sexuais contra o denunciado. "As Equipes da Ação contra o Proxenetismo retiram sua acusação contra Dominique Strauss-Kahn", declarou ante o tribunal de Lille (norte da França) o advogado da associação, David Lepidi.
[SAIBAMAIS]Gilles Maton, o advogado que defende as quatro prostitutas envolvidas no caso, duas das quais também processavam DSK, também anunciou que elas vão abandonar as acusações contra o ex-diretor do Fundo Monetário Internacional. Strauss-Kahn, de 65 anos, se apresenta desde 2 de fevereiro a um tribunal de Lille junto com outros 13 acusados de proxenetismo com agravantes, um crime passível de ser punido com 10 anos de prisão.
DSK é acusado de ser o principal beneficiário e incentivador de festas libertinas na França e em Washington. Julgado neste caso três anos e meio depois do escândalo do hotel Sofitel de Nova York, que custou sua carreira, DSK, como é conhecido, podia ser condenado a até 10 anos de prisão. "Corresponde ao tribunal condenar apenas a partir de provas e não de convicções", explicou o promotor.
A presença do ex-diretor do FMI "incontestavelmente deu uma dimensão excepcional, política, midiática, moral, além da dimensão penal, que é a única que nós temos que conhecer", disse o magistrado. "Um homem poderoso seria, necessariamente, culpado", questionou o promotor, reforçando que quer tratar DSK "como qualquer outra pessoa".
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O político que foi durante muito tempo o favorito das pesquisas de opinião para as eleições presidenciais francesas de 2012, manteve durante todo o processo a mesma linha de defesa, de que é adepto de festas libertinas, mas não de prostitutas, e que ignorava que a condição das mulheres que participavam destas festas. Perante o tribunal, ele declarou inocência e disse não ter cometido "nem crime, nem delito".
O promotor pediu, no entanto, dois anos de prisão, um deles com liberdade condicional, para outro acusado, Dominique Alderweireld, dono de prostíbulos na Bélgica, apelidado de Dodo la Saumure, e entre três e quinze meses condicionais para outros cinco acusados.