Agência France-Presse
postado em 18/02/2015 20:55
Imigrantes em situação irregular, organizações de defesa dos direitos civis e líderes políticos se uniram, nesta quarta-feira, em diferentes cidades americanas para rejeitar a decisão judicial que bloqueou decretos pró-migração sancionados pelo presidente Barack Obama.A Aliança para a Cidadania anunciou mais de 75 atos em cerca de 20 cidades do país, entre eles Nova York, Los Angeles, Boston, Chicago e Miami.
Os protestos se estendem até domingo e têm como objetivo "apoiar e defender" as medidas de Obama para evitar a deportação de um contingente estimado entre quatro e cinco milhões de pessoas. Chega a 11 milhões o total de imigrantes que vivem hoje, de forma ilegal, nos Estados Unidos.
"Isso não é um jogo. Estas são nossas vidas e nosso futuro", disse o mexicano Francisco Curiel, de 22 anos, que vive em Nova York desde 2007.
O jovem participava de um ato organizado nesta quarta pela ONG nova-iorquina Coalizão para a Imigração, um dia depois que o juiz federal Andrew Hanen, do Texas, acolheu a ação apresentada por 26 governadores republicanos.
O diretor-executivo da organização nova-iorquina, Steve Choi, garantiu que o bloqueio das medidas de Obama "é apenas uma negação, um adiamento, e não uma derrota".
"Temos plena confiança. Continuaremos informando nossos imigrantes nova-iorquinos de seus direitos e vamos informá-los quando a sentença for revertida", prometeu.
Entre os presentes na manifestação, estava o senador do estado de Nova York Adriano Espaillat. Ele denunciou que o objetivo da ação dos governadores republicanos é "prejudicar as famílias que querem se unir".
"Estamos aqui para apoiar o presidente Obama. Vamos apoiar a apelação da Casa Branca e não vamos deixar as ruas em apoio às milhares de famílias que serão beneficiadas", advertiu.
O Serviço de Imigração e Cidadania (USCIS, que responde ao Departamento de Segurança Interna) deveria começar nesta quarta a receber e processar os pedidos de regularização do status dos imigrantes. O secretário de Segurança Interna, Jeh Johnson, anunciou a suspensão, "até nova ordem", da aceitação dos pedidos.
A Casa Branca disse que tentará reverter o quadro, apelando da decisão.
Os estados e juízes responsáveis pela demanda ao juiz Hanen consideram que, ao assinar ordens executivas sobre a questão migratória, Obama violou a Constituição. Estas ações, segundo os Estados, "provocarão danos dramáticos e irreparáveis".
Obama anunciou em novembro um pacote de medidas para regularizar a situação de milhões de imigrantes, por considerar que o Congresso americano se mostrou incapaz de aprovar uma reforma migratória completa.
Em 2013, o Senado aprovou um ambicioso projeto de reforma migratória, bloqueado na Câmara dos Representantes. Com a oposição republicana agora no controle das duas câmaras do Congresso, o projeto é considerado morto.