postado em 19/02/2015 08:08
Trabalhadores humanitários pediram nesta quinta-feira (19/02) um cessar-fogo para permitir a retirada de civis da cidade de Laukkai, que é palco de confrontos entre o Exército e rebeldes no Norte de Myanmar (antiga Birmânia), na fronteira com a China.Milhares de pessoas fugiram da área remota de Kokang, no nordeste do estado de Shan, nos últimos dez dias, sendo que pelo menos 30 mil atravessaram a fronteira com a China.
Grupos locais suspenderam oficialmente o envio de caravanas humanitárias para a cidade de Laukkai, onde uma série de ataques feitos pelos rebeldes da minoria étnica Kokang, na semana passada, desencadearam a onda de violência.
A decisão foi tomada depois de uma caravana liderada pela Cruz Vermelha ter sido alvo de ataque que causou ferimentos em dois trabalhadores humanitários na terça-feira (17/02).
;Ainda não sabemos exatamente quantas pessoas continuam presas na região de Laukkai, mas retiramos cerca de 30 nessa quarta-feira (18);, disse uma fonte da Cruz Vermelha na cidade de Lashio, a 140 quilômetros ao sul de Laukkai.
;Estamos pedindo um cessar-fogo por uns dias, para que possamos ajudar a retirar as pessoas. Atualmente, nem o nosso logotipo da Cruz Vermelha pode ajudar a proteger as pessoas. É muito triste;, disse a fonte.
Nos últimos dias, os confrontos têm se concentrado apenas no sul de Laukkai ; depois de a cidade ter sido esvaziada pelo ressurgimento da violência na semana passada ;, o que resultou na morte de quase 50 soldados.
O Exército recuperou o controle da cidade na sequência de ataques aéreos, seguidos por sangrentos confrontos em terra, que resultaram, segundo a imprensa estatal, na morte de dezenas de rebeldes.
Os rebeldes continuam fazendo emboscadas esporádicas contra caravanas militares e acampamentos, mas recuaram ;quando foram lançadas contraofensivas;, segundo a edição de hoje do jornal Global New Light of Myanmar.
;Três membros do Exército morreram em combate, assim como dois civis;, informou o jornal, acrescentando que outros grupos rebeldes também têm realizado ataques.