Agência France-Presse
postado em 20/02/2015 09:20
Kiev - Os separatistas pró-Rússia anunciaram nesta sexta-feira (20/2) a intenção de trocar prisioneiros com Kiev, em um contexto de apelos internacionais para que os acordos de Minsk sejam respeitados dois dias depois da tomada da estratégica cidade de Debaltseve pelos rebeldes.Depois da retirada precipitada das tropas ucranianas de Debaltseve, onde os separatistas capturaram dezenas de soldados ucranianos, os pró-russos buscam agora apoiar-se em suas vitórias militares para ditar o calendário. "Uma troca de prisioneiros com a Ucrânia acontecerá no sábado", declarou uma porta-voz pró-russa de Direitos Humanos, Daria Morozova, falando à agência de notícias russa Interfax.
Kiev não confirmou o intercâmbio, que faz parte da série de medidas incluídas nos acordos de Minsk, assinados em 12 de fevereiro, e que implicavam também um cessar-fogo, que foi violado em várias ocasiões desde sua entrada em vigor em 15 de fevereiro.
Na véspera, os líderes da Ucrânia, Rússia, Alemanha e França fizeram um apelo à aplicação dos acordos de Minsk. A chanceler alemã, Angela Merkel, o presidente francês, François Hollande, e seus colegas russo e ucraniano, Vladimir Putin e Petro Poroshenko, denunciaram "as rupturas do cessar-fogo comprovadas nos últimos dias" na Ucrânia, em uma conversa telefônica, segundo um comunicado do Eliseu. No entanto, nem a chefe do governo alemão, nem o presidente da França, evocaram a batalha de Debaltseve.
Nesta localização estratégica, o exército ucraniano admitiu ter sofrido pesadas perdas. Pelo menos 13 soldados foram mortos, 157 feridos e 82 estão desaparecidos. Mais 90 soldados foram capturados na batalha pela cidade, perto da qual a luta continua.
Com a conquista de Debaltseve, o território separatista agora é homogêneo, já que a conquista do maior centro ferroviário da região possibilita a união entre as regiões rebeldes de Lugansk e Donetsk.
Logo depois de anunciar a conquista de Debaltsev, os separatistas indicaram que retiravam as armas pesadas do front, conforme os acordos de Minsk, que haviam violado no domingo.