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EUA se preocupa com escalada de intimidação contra oposição na Venezuela

"O senhor Ledezma, que no dia de hoje foi detido por ordem da Procuradoria, deve ser processado pela Justiça venezuelana para que responda por todos os crimes cometidos contra a paz do país, a segurança e a Constituição", afirmou Maduro

Agência France-Presse
postado em 20/02/2015 13:35
Os Estados Unidos estão profundamente preocupados com a escalada de intimidação contra opositores venezuelanos, afirmou nesta sexta-feira a subsecretária de Estado para América Latina, Roberta Jacobson, no dia seguinte à prisão do prefeito de Caracas.

"Estamos profundamente preocupados com o que parece ser a uma escalada de intimidação da oposição por parte do gov. da #Venezuela", escreveu Jacobson. A alta funcionária pediu, além disso, que os demais presos políticos sejam libertados.

O prefeito de Caracas, o opositor Antonio Ledezma, foi detido por ordem da Procuradoria por promover um golpe de Estado na Venezuela - declarou o presidente Nicolás Maduro na quinta-feira.

"O senhor Ledezma, que no dia de hoje foi detido por ordem da Procuradoria, deve ser processado pela Justiça venezuelana para que responda por todos os crimes cometidos contra a paz do país, a segurança e a Constituição", afirmou Maduro, em pronunciamento em rádio e televisão iniciado pouco depois da notícia da prisão de Ledezma.

O presidente reiterou sua denúncia lançada há alguns dias de que a oposição estaria armando, com apoio dos Estados Unidos, uma tentativa de golpe contra seu governo.

Como prova, Maduro citou um documento assinado por Ledezma, pelo também líder opositor Leopoldo López e por María Corina Machado, destituída do cargo de deputada em 2014. Denominado "Acordo Nacional para a Transição", o texto teria sido divulgado pela imprensa local em 11 de fevereiro passado, apresentando uma série de propostas políticas e econômicas.

Pouco depois da denúncia de Maduro, Washington reagiu, rejeitando as acusações de que o governo Barack Obama estaria por trás de uma conspiração para derrubar o presidente.



"As declarações dadas pelo governo venezuelano de que os Estados Unidos estão envolvidos na conspiração para um golpe e para a desestabilização (desse país) não tem embasamento e são falsas", afirmou a porta-voz do Departamento de Estado, Jen Psaki.

"Os Estados Unidos não promovem a desestabilização na Venezuela, tampouco estamos tentando minar sua economia, ou seu governo", completou Psaki, destacando que Washington continua sendo o principal sócio comercial de Caracas.

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