Agência France-Presse
postado em 21/02/2015 19:50
O ex-presidente ucraniano Viktor Yanukovytch, destituído em fevereiro em meio a uma revolta popular pró-Ocidente, prometeu "voltar" para ajudar a Ucrânia, onde o conflito armado entre Kiev e os rebeldes pró-russos deixaram mais de 5.700 mortos em dez meses."Enquanto tiver a possibilidade, voltarei e farei todo o possível para melhorar a vida na Ucrânia", garantiu Yanukovytch em entrevista à emissora de televisão russa Pervy Kanal. A entrevista será divulgada na íntegra em 23 de fevereiro. "Se Deus me manteve com vida, talvez seja porque precisa de mim", afirmou o ex-presidente ucraniano.
Ele fugiu de Kiev para a Rússia, em 21 de fevereiro, após o banho de sangue na Praça da Independência (Maidan), no centro da capital ucraniana. O local foi palco da maioria das manifestações pró-ocidentais. "Hoje, o país está destruído, e a arbitrariedade e a injustiça reinam na Ucrânia", frisou.
Durante todo o ano de 2014, "estive obcecado com a ideia de voltar e me colocar à frente de um movimento de protesto, mas todos meus partidários foram radicalmente contra", alegou.
Atualmente, Yanukovytch não parece ter muito apoio na Ucrânia, depois da revelação da vida de luxo e de opulência que ele levava. Além de um palácio com zoológico particular, o então presidente tinha uma impressionante coleção de carros, entre outros bens.
O presidente Vladimir Putin admitiu ter ajudado Yanukovytch a se refugiar na Rússia. Segundo o governo de Kiev, o ex-presidente conseguiu, inclusive, nacionalidade russa. Essa informação não foi confirmada pelo Kremlin.