Gabriela Vinhal
postado em 23/02/2015 20:34
Antes conhecida como Ladyzunga, a artista plástica ABCDEFG - sim, é assim mesmo que ela se chama - trocou de nome e sobrenome, formados, ao todo, pelas 26 letras do alfabeto. A mudança ocorreu em fevereiro de 2013, quando a colombiana escolheu o atual nome por preferir não se encaixar no gênero masculino, nem no feminino. "Sempre fui classificada com letras, como LGTB e BDSM. Então, quis que meu nome significasse que sou tudo isso, mas também que sou nada", disse ABCDEFG, que nunca havia se sentido representada com o nome dado por seus pais, similar a tantos outros nomes.
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Trilhando o caminho da arte, segundo a BBC Brasil, ABCDEFG nasceu em Popayán, no sudoeste da Colômbia, em 1978. Após a conclusão do curso de desenho industrial pela Universidade de Cauca, mudou-se para Bogotá, onde passou a realizar performances embaladas por música.
Com o passar do tempo, decidiu que gostaria de trocar de nome em uma demonstração de rebeldia contra o sistema. ;Primeiro pensei em algo grosseiro, para chocar as pessoas. Mas me dei conta de que ninguém iria pronunciar meu nome assim. Foi por isso que pensei no alfabeto", explica.
Ainda em 2012, ABCDEFG decidiu ir a sua cidade natal fazer a mudança. O procedimento, que normalmente dura cinco dias e custa o equivalente a US$ 20, perdurou por três meses e precisou de muito mais dinheiro, no caso dela.
O processo ficou parado durante meses, até que a artista foi a um cartório em Bogotá que concluiu a mudança. ABCDEFG vê o atual momento de sua vida como uma sequência de performances. "Todas as vezes que interajo com alguém por causa de meu nome o momento se transforma em um happening, uma experiência artística diferente", explica.
Como consta a legislação, os colombianos têm o direito de mudar o nome e o sobrenome. Já no Brasil, a Lei de Registros Públicos estabelece que a mudança apenas pode ser concluída nos casos em que o nome provoque constrangimentos ou problemas.