Agência France-Presse
postado em 24/02/2015 16:39
Washington, Estados Unidos - A nova política dos Estados Unidos em relação a Cuba, após mais de meio século de conflito, tem como objetivo oferecer aos cubanos "a possibilidade de uma transformação", declarou nesta terça-feira o secretário de Estado americano, John Kerry, durante uma audiência no Senado."É realmente uma oportunidade de proporcionar ao povo de Cuba a possibilidade de transformação. E eu espero que possamos concluir esta tarefa", disse Kerry.
Na visão de Kerry, o restabelecimento das relações diplomáticas bilaterais, interrompidas na década de 1960, permitirá "remover um pretexto que tem sido usado há décadas" pelas autoridades cubanas.
Segundo o secretário de Estado, "o governo cubano não poderá nos culpar pelo embargo. Terão que assumir a responsabilidade por seus próprios erros."
Estados Unidos e Cuba surpreenderam o mundo em dezembro ao anunciar os esforços para restabelecer as relações diplomáticas após 60 anos de tensão, e iniciar o longo processo de normalização dessas relações.
De acordo com Kerry, Washington manteve uma política em relação a Cuba "por mais de 50 anos e, a verdade é que nada mudou."
No entanto, o anúncio de uma nova fase nas relações bilaterais "foi recebido com um sentimento extraordinária de bem-vindo" em praticamente todo o mundo, em meio a um sentimento generalizado de que "já era tarde e está certo".
Para o chefe da diplomacia americana, "as únicas pessoas preocupadas são os venezuelanos", mas não entrou em detalhes sobre as razões para essa observação.
Kerry assegurou que a nova abordagem americana em relação a Cuba "não se concentra no que fará o governo cubano para nós, mas o que faremos para os cubanos e americanos".
"Na minha opinião, é a escolha certa", disse Kerry.
Americanos e cubanos já realizaram em Havana, em janeiro, a primeira rodada de negociações sobre os passos para restaurar as relações diplomáticas, e os dois lados têm agendado uma nova sessão na sexta-feira em Washington.
Roberta Jacobson, vice-secretária de Estado para Hemisfério Ocidental, admitiu recentemente ao Congresso que o processo de normalização das relações com Cuba poderia levar "vários anos".