Agência France-Presse
postado em 24/02/2015 17:41
O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, declarou nesta terça-feira que fará "tudo o que puder" para impedir um acordo entre as grandes potências e o Irã sobre o programa nuclear iraniano."É meu dever como primeiro-ministro fazer tudo o que puder para impedir este acordo", disse Netanyahu, segundo seu gabinete.
"Por isso, irei a Washington e me dirigirei ao Congresso americano, que provavelmente será o último freio (possível) antes de que se assine o acordo", acrescentou.
"Este acordo equivale, com o aval das grandes potências, a dar ao Irã, que declara abertamente querer destruir o Estado de Israel, permissão para construir bombas", disse Netanyahu.
Netanyahu anunciou no mês passado que tinha aceitado discursar no Congresso, após receber um convite do presidente da Câmara de Representantes, o republicano John Boehner.
Os aliados de Obama temem que a viagem de Netanyahu seja usada por Israel e os republicanos para levantar oposição a um acordo com o Irã, em um momento em que as negociações com Teerã sobre seu programa nuclear se encontram em uma fase crítica.
Nesta terça-feira, o secretário de Estado americano, John Kerry, afirmou que seu país saberá em breve se o Irã quer selar um acordo para garantir ao mundo que não pretende desenvolver uma arma nuclear.
Depois das recentes negociações em Genebra com seu colega iraniano, Kerry mostrou-se prudente e, durante audiência com parlamentares americanos, disse que não sabia se era possível alcançar um acordo. A data limite é 31 de março.
Os dois atores desta última fase de negociações, o próprio Kerry e o chefe da diplomacia iraniana, Mohamad Javad Zarif, se reuniram no domingo e na segunda-feira em Genebra e, provavelmente, voltarão a se encontrar na próxima semana, também na Suíça.
O Irã e as potências do grupo 5%2b1 (Estados Unidos, China, Rússia, França, Reino Unido e Alemanha) pactuaram um calendário em duas etapas para fechar um acordo político antes de 31 de março e negociar os detalhes técnicos antes de 1; de julho.
As negociações buscam um acordo que autorize algumas atividades nucleares civis, mas que impeça o acesso de Teerã à arma atômica. Em troca, os países ocidentais oferecem suspender as sanções internacionais que prejudicam a economia iraniana.