Agência France-Presse
postado em 24/02/2015 19:07
O presidente americano, Barack Obama, disse acreditar, nesta terça-feira, que suas ordens executivas para regularizar imigrantes em situação ilegal "cedo ou tarde" serão implementadas, embora sua aplicação tenha sido suspensa por um juiz federal."Acredito que as medidas que tomei por conta própria para corrigir nosso sistema de imigração serão implementadas, cedo ou tarde", escreveu Obama, em uma coluna publicada em "La Opinión de Los Ángeles", o jornal em espanhol mais lido nos Estados Unidos.
Em um texto em espanhol, o presidente defendeu suas iniciativas, que podem beneficiar mais de quatro milhões de imigrantes em condição clandestina. Ele criticou a decisão judicial que suspendeu a entrada das medidas em vigor e impediu sua aplicação antes da inscrição dos primeiros beneficiários.
"Compartilho minha preocupação com todos os afetados e alarmados com essa decisão (...). Não se enganem, discordo da sentença desse juiz", frisou Obama, no artigo deste influente veículo dirigido à população latina nos Estados Unidos, a primeira minoria no país.
"Meu governo vai recorrer dessa decisão com todas as ferramentas à nossa disposição, e tenho plena confiança em que essas ações, em última instância, vão prevalecer", afirmou.
Na semana passada, o juiz Andrew Hanen, da Corte Federal do Texas (sul), bloqueou a implantação das ordens executivas de Obama até que uma corte se pronuncie sobre a constitucionalidade da iniciativa e sobre o alcance do poder presidencial.
O Departamento de Segurança Interna já recorreu da decisão, mas, até que essa situação legal seja definida, o governo não receberá solicitações dos imigrantes.
As medidas anunciadas por Obama em novembro passado preveem a concessão de vistos de residência temporários para determinadas categorias de imigrantes em situação ilegal - como pais de cidadãos (DAPA), ou jovens levados pelos pais para os EUA quando ainda eram crianças, os chamados "dreamers" (DACA, ambas na sigla em inglês).
Obama reiterou que suas iniciativas não substituem a ação do Congresso e convocou os legisladores a buscarem soluções consensuais para o atual sistema migratório americano.
"Em vez disso, temos visto uma série de votações para deportar os DREAMers, jovens que são americanos em todos os aspectos, salvo nos documentos. Ouvimos ameaças irresponsáveis para fechar o Departamento de Segurança Interna", completou.
Em janeiro, a Câmara de Representantes, controlada pelo Partido Republicano, aprovou um novo orçamento para essa pasta, mas com cinco condições que eliminam recursos para possibilitar a aplicação das medidas executivas anunciadas por Obama.