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ONG denuncia uso de 'bombas de barril' contra civis na Síria

A organização de defesa dos direitos humanos pediu que o Conselho de Segurança das Nações Unidas imponha a Damasco um embargo de armas para evitar que continue esta campanha de bombardeios

Agência France-Presse
postado em 24/02/2015 20:12
O governo sírio realizou no último ano centenas de ataques aéreos sem controle, utilizando, inclusive, "bombas de barril", que consistem em barris cheios de explosivos, violando resoluções da ONU, afirmou nesta terça feira a ONG Human Rights Watch (HRW).

A organização de defesa dos direitos humanos pediu que o Conselho de Segurança das Nações Unidas imponha a Damasco um embargo de armas para evitar que continue esta campanha de bombardeios "que instauram o terror na população civil, com inúmeras vítimas fatais e deslocamentos".

Também sugeriu decretar sanções contra os responsáveis e levar diante do Tribunal Penal Internacional as denúncias pelos crimes ocorridos na Síria.

Nadim Houry, vice-diretor da HRW para o Oriente Médio, afirmou ainda que é necessário "aumentar a pressão sobre a Rússia e a China para que ambos países parem de impedir uma ação internacional destinada a interromper os crimes do governo sírio".

No comunicado a HRW reconta as centenas de ataques nas regiões de Aleppo (norte) e Daraa (sul) que vem deixando milhares de mortos e feridos civis, baseando-se em depoimentos, fotos e vídeos aéreos.

Segundo a HRW, os ataques impactaram 450 lugares nas localidades nas mãos da oposição armada. Uma parte dos danos foi ocasionado pelo uso das "bombas de barril", recheadas de explosivos e estilhaços.

Os vídeos na internet mostram também um tipo de helicóptero, que só as forças armadas do regime sírio possuem, lançando os barris de explosivos em zonas residenciais de Aleppo, de Daraa e de Dael (sul).

O comunicado informa igualmente que houve bombardeios contra hospitais em imediações de Aleppo em abril de 2013 e na região de Daraa em julho de 2013, e afirma que às vezes as escolas também são alvos de "bombas de barril".

O Conselho de Segurança denunciou em duas resoluções, em fevereiro e julho de 2014, a utilização de "bombas de barril" contra civis na Síria que "instauram o terror na população civil, com inúmeras vítimas fatais e deslocamentos".

Desde março de 2011 a Síria está envolvida em um conflito que estima-se ter causado a morte de mais de 210.00 pessoas e milhões de refugiados.

Nos últimos meses, distintos grupos armados aproveitaram o caos provocado pela guerra na Síria para ganhar protagonismo no país, entre eles, a organização jihadista Estado Islâmico.

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