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Ataques do Boko Haram e explosão de mina matam 29 em Níger e Nigéria

Desde 2009, o grupo extremista é responsável por mais de 13 mil mortes. Nas últimas semanas, os militantes têm avançado rumo a países vizinhos

Agência France-Presse
postado em 24/02/2015 20:13
Três explosões provocaram 29 mortes no Níger e na Nigéria, nesta terça-feira. Na Nigéria, 27 pessoas morreram em dois atentados atribuídos ao grupo islamita Boko Haram. No vizinho Níger, uma mina terrestre explodiu em Diffa, matando dois soldados.

Os dois soldados morreram ao pisar em uma mina terrestre na cidade, próxima ao estado nigeriano de Yobe. Outros quatro militares ficaram feridos neste incidente, sem vínculos aparentes com os ataques de extremistas.

Em Kano, no norte da Nigéria, os jihadistas mataram dez pessoas em ataque na rodoviária da cidade, enquanto em Potiskum, no estado de Yobe, outras 17 pessoas foram mortas em um ponto de ônibus.

Desde 2009, o grupo extremista é responsável por mais de 13 mil mortes. Nas últimas semanas, os militantes têm avançado rumo a países vizinhos, aumentando temores de uma crise regional.

Em fevereiro, o Níger se somou a Camarões, Chade e Nigéria numa operação conjunta que busca neutralizar a resistência do Boko Haram, contra o que existe a expectativa de represálias por parte do grupo fundamentalista.

O governo nigeriano tinha a expectativa de que a ofensiva programada pelos quatro países contivesse a violência antes das eleições previstas para 14 de fevereiro. O processo eleitoral, no entanto, foi adiado em um mês e meio devido à revolta protagonizada pelo Boko Haram.

Se persistir o banho-de-sangue, os temores quanto à segurança seguirão elevados até 28 de março, para quando o dia de votação foi transferido

;Grande explosão;

A explosão em Potiskum, cidade na região nordeste do estado de Yobe, ocorreu na estação rodoviária de Tashar Dan-Borno. A estação está localizada na periferia de Potiskum, e o atentado ocorreu depois que um homem deixou a mochila no bagageiro do ônibus.

"Tinha acabado de começar o embarque de passageiros no ônibus, quando houve uma grande explosão dentro do veículo", disse um representante do sindicato dos motoristas.

O representante do sindicato ainda disse que não ficou claro se a pessoa que colocou a bolsa no porta-malas era um homem-bomba ou se os explosivos estavam escondidos na mala que ele carregava.

Responsáveis pelo resgate presentes no local do atentado afirmaram que as 12 pessoas a bordo do ônibus morreram.

A cidade de Potiskum também foi atacada no domingo, quando uma jovem detonou explosivos presos a seu corpo em um mercado lotado de pessoas.

No total, 13 pessoas morreram na hora, enquanto outras 31 foram levadas feridas foram para o Hospital Geral da cidade.

Inúmeras testemunhas presentes no mercado afirmaram que a menina que provocou o atentado teria não mais do que sete anos de idade.

Os extremistas do Boko Haram têm usado cada vez mais jovens como meninas-bomba e meninos-bomba em "alvos sensíveis", como mercados e estações de ônibus, onde os ataques ocorrem com frequência.

Crise dentro e fora do governo nigeriano


Musa Magaji Majia, porta-voz na polícia estadual de Kano, classificou o ataque como "explosões suicidas" realizadas por dois homens depois que eles saíram de um ônibus em Wudil, distante cerca de 40 quilômetros.

"Dez pessoas morreram na explosão e várias outras se feriram. A área foi isolada, e especialistas em desarmar bombas atestaram que nenhum outro explosivo foi encontrado", contou aos repórteres.

Os dois atentados à bomba sublinharam mais uma vez os muitos desafios à segurança com os quais a Nigéria precisa se confrontar até as eleições no final de março.

Os exércitos de Nigéria e dos outros três países vizinhos garantem bons resultados em confrontos contra os extremistas, mas o Boko Haram também tem resistido.

Ainda assim, promessas de um fim iminente para a sublevação extremista se mostraram inócuas no passado recente.

O presidente nigeriano Goodluck Jonathan admitiu que ele e seu governo subestimaram a ameaça representada pelos integrantes do grupo islâmico nos primeiros dias do atual levante.

O mandato de Jonathan está enfrentando uma intensa pressão, dentro e fora do país, para manter a eleição no dia 28 de março. Governos como o dos EUA alertam o presidente para não subverter a democracia por questões de segurança.

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