Agência France-Presse
postado em 25/02/2015 09:54
O processo de extradição do cineasta franco-polonês Roman Polanski, acusado pelos Estados Unidos de estuprar uma jovem de 13 anos em 1977, começou nesta quarta-feira a portas fechadas em Cracóvia.Os Estados Unidos solicitaram em janeiro a extradição do diretor de 81 anos, que chegou ao tribunal aparentemente sereno, vestido com terno e gravata. Não fez nenhum comentário à imprensa.
"É pouco provável que uma decisão seja tomada hoje", mas a sessão pode durar horas, declarou nesta quarta-feira o juiz Dariusz Mazur, antes da abertura do julgamento.
O magistrado também indicou que os advogados do cineasta haviam pedido na terça-feira a inclusão nas atas do julgamento dos documentos de outro 0processo de extradição realizado na Suíça em 2009, após o qual Polanski foi libertado de sua prisão domiciliar de nove meses.
Uma porta-voz do tribunal, Beata Gurszczyk, afirmou que "Polanski decidiu testemunhar ante o tribunal".
Segundo a promotoria local é possível extraditar um cidadão polonês aos Estados Unidos em virtude de um acordo bilateral entre os dois países, embora o crime do qual Polanski é acusado - abuso sexual contra uma menor - já tenha prescrito na Polônia. Ainda que o tribunal aprove a extradição do cineasta, a decisão final caberá ao ministro da Justiça polonês.
Este último pedido de extradição dos Estados Unidos ocorreu meses após uma tentativa de prender Polanski em Varsóvia, para onde havia viajado para a abertura de um museu judeu.
O diretor de filmes como "O Pianista" e "Chinatown" é acusado de estuprar Samantha Geimer em 1977, quando ela tinha 13 anos, após uma sessão fotográfica em Los Angeles. Polanski tinha 43 anos na época.
Na ocasião, Polanski se declarou culpado de assédio sexual contra uma menor, mas conseguiu evitar um julgamento após passar alguns dias na prisão. Fugiu, no entanto, do país no ano seguinte por medo de receber uma dura condenação.
Em 2009, foi detido na Suíça por uma ordem de prisão emitida pelos Estados Unidos, e passou nove meses em prisão domiciliar. Geimer declarou em mais de uma ocasião ter perdoado Polanski.