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Estudantes venezuelanos pedem veto ao uso de força letal em protestos

Os estudantes chegaram na porta do Ministério, no centro de Caracas, e gritavam palavras de ordem em memória a Kluiverth Roa, um escolar de 14 anos que morreu na terça-feira após ser atingido por um tiro na cabeça

Agência France-Presse
postado em 25/02/2015 19:02
Caracas - Cerca de cinquenta estudantes pediram nesta quarta-feira ao Ministério da Justiça que anule a resolução que permite a órgãos de segurança o uso de força letal em manifestações, um dia depois de um policial ter matado um adolescente em um protesto em San Cristóbal (oeste).

Pedimos "que seja revogada a resolução 8610 e que seja demitido o diretor da Polícia Nacional Bolivariana (PNB)", declarou Haser Iglesias, presidente da Federação de Centros Universitários da Universidade Central da Venezuela, na saída do Ministério, onde entregou uma petição ao vice-ministro do sistema integrado policial, Giuseppe Cacioppo Oliveri.



Os estudantes chegaram na porta do Ministério, no centro de Caracas, e gritavam palavras de ordem em memória a Kluiverth Roa, um escolar de 14 anos que morreu na terça-feira após ser atingido por um tiro na cabeça, disparado por um policial durante um protesto antigovernamental em San Cristóbal.

O policial federal, detido e acusado, foi identificado como Javier Mora Ortiz, de 23 anos."Se o governo continuar abusando, continuar violando a Constituição e os direitos humanos, o movimento estudantil vai continuar contundentemente nas ruas, exigindo respeito", completou Iglesias.

A morte de Roa ocorre semanas depois de o governo autorizar os órgãos de segurança, mediante a resolução 8610, a usar força letal para controlar a ordem pública.

San Cristóbal foi berço dos protestos estudantis antigovernamentais de fevereiro de 2014, que logo se estenderam para cerca de 20 cidades.

De fevereiro a maio de 2014, várias cidades venezuelanas foram cenário de protestos contra insegurança, inflação (56,2% em 2013 e 68,5% em 2014) e escassez de alimentos e produtos básicos, que deixaram 43 mortos e centenas de feridos e de presos.

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