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Combatentes curdos entram em reduto do Estado Islâmico na Síria

Tal Hamis é "um dos principais redutos" do grupo jihadista na região, segundo o diretor do Observatório Sírio dos Direitos Humanos, Rami Abdel Rahman.

Beirute - Combatentes curdos na Síria se apoderaram nesta sexta-feira dos bairros periféricos da cidade de Tal Hamis, um importante reduto do grupo Estado Islâmico (EI) na província de Hassake, no noroeste, informou nesta sexta-feira o Observatório Sírio dos Direitos Humanos (OSDH).

Segundo este grupo, os milicianos das Unidades de Proteção do Povo Curdo (YPG) entraram na cidade após três dias de intensos combates.

A localidade caiu nas mãos dos jihadistas do EI há mais de um ano. Tal Hamis é "um dos principais redutos" do grupo jihadista na região, segundo o diretor do OSDH, Rami Abdel Rahman.

[SAIBAMAIS]

O avanço curdo ocorre após vários dias de combates durante os quais as YPG tomaram 103 povoados e aldeias na região.Desde o início dos combates, em 21 de fevereiro, pelo menos 175 jihadistas morreram em confrontos com as forças curdas e nos bombardeios da coalizão internacional liderada pelos Estados Unidos.

Do lado curdo foram mortos 30 combatentes e rebeldes, incluindo um australiano, o primeiro ocidental a morrer lutando com as forças curdas na Síria.

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A luta por Tal Hamis faz parte de uma ofensiva para tomar o controle de Hassake dos jihadistas, que sequestraram 220 cristãos assírios na segunda-feira.

Além disso, ainda na Síria, ao menos 18 pessoas morreram nesta sexta-feira em ataques aéreos e em um atentado com carro-bomba em duas localidades rebeldes no noroeste de Damasco, indicou o OSDH.

Onze pessoas morreram quando um carro-bomba explodiu perto de uma mesquita em Dmeir, 40 km ao noroeste de Damasco, enquanto outras sete, entre elas uma mulher e um menino, morreram em oito ataques aéreos do exército contra Merhej, a 10 km da capital síria.

Estes atos de violência ocorreram na região de Ghouta Oriental, principal setor rebelde na província de Damasco, atingida por ataques aéreos diários do exército de Bashar Al-Assad.

Nesta área, milhares de civis sofrem com a escassez de alimentos e medicamentos.

Mais de 210.000 pessoas morreram desde o início do conflito na Síria, em março de 2011.