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América Latina é líder na representação política das mulheres

Falando para uma plateia de 60 líderes selecionadas pela ONU Mulheres, Ban Ki-moon lamentou o fato de nenhum país do mundo exibir hoje absoluta paridade entre homens e mulheres

Agência France-Presse
postado em 27/02/2015 16:55
As mulheres estão mais bem representadas na política da América Latina do que em outras regiões do mundo, com um número maior de parlamentares do sexo feminino e cinco chefes de Estado.

"Convido o mundo a seguir o exemplo da América Latina e do Caribe", disse o secretário-geral das Nações Unidas, Ban Ki-moon, falando em espanhol, ao abrir uma reunião em Santiago sobre a presença das mulheres no poder.

A região conta com uma parlamentar para cada quatro homens, enquanto no restante do mundo, esta relação é de uma para cinco - segundo dados da ONU.

Na América Latina e no Caribe governam hoje cinco mulheres: a chilena Michelle Bachelet, a brasileira Dilma Rousseff e a argentina Cristina Kirchner, além das primeiras-ministras de Jamaica, Portia Simpson, e de Trinidad e Tobago, Kamla Persed-Bissessar.

Falando para uma plateia de 60 líderes selecionadas pela ONU Mulheres, Ban Ki-moon lamentou o fato de nenhum país do mundo exibir hoje absoluta paridade entre homens e mulheres.

Cinco parlamentos do mundo não contam com sequer uma mulher e em oito governos não foram nomeadas nenhuma ministra de Estado.

"Devemos estender a participação política das mulheres", pediu o chefe da ONU, ao inaugurar o encontro sobre avanços e retrocessos nos direitos das mulheres desde a Conferência Mundial da Mulher, celebrada em 1995, em Pequim.

Cerca de 60 mulheres líderes das mais diferentes áreas participam do encontro em Santiago - entre elas a presidente chilena, Michelle Bachelet, primeira mulher a ocupar o cargo no país.

Em seu discurso inaugural, Bachelet lamentou o fato de hoje as mulheres "encontrarem barreiras mais resistentes de desigualdade".

Nos últimos anos, disse a presidente chilena, o espaço de desigualdade entre homens e mulheres foi reduzido em 4%. Neste ritmo, seriam necessários 81 anos para acabar com a desigualdade.

"Este é um prazo inaceitável para as mulheres de todo o mundo", afirmou a chefe de Estado chilena, que já liderou a organização ONU Mulheres.

No Chile, várias mulheres ocupam cargos importantes. O Senado é presidido por uma mulher, assim como a Central Única de Trabalhadores e o município de Santiago. Mas a representação das mulheres no Congresso é de 16%, abaixo da média regional - que chega a 21%.

A reunião da ONU termina no sábado com um apelo para incrementar o avanço na inclusão das mulheres.

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