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Tribunal condena chefe da Irmandade Muçulmana no Egito à prisão perpétua

No dia 30 de junho de 2013, manifestantes contrários ao presidente islamita Mohamed Mursi tentaram invadir a sede da Irmandade Muçulmana no Cairo e doze deles morreram em confrontos

Agência France-Presse
postado em 28/02/2015 10:51
Cairo, Egito - Um tribunal egípcio condenou neste sábado o guia supremo da Irmandade Muçulmana, Mohamed Badie, à prisão perpétua e confirmou a pena de morte para quatro coacusados em um julgamento pela morte de manifestantes.

No dia 30 de junho de 2013, manifestantes contrários ao presidente islamita Mohamed Mursi tentaram invadir a sede da Irmandade Muçulmana no Cairo e doze deles morreram em confrontos com os partidários do chefe de Estado.

Três dias após grandes manifestações pedirem a renúncia de Mursi, o exército o derrubou. Neste sábado, o tribunal do Cairo confirmou quatro penas de morte pronunciadas no dia 7 de dezembro, duas delas à revelia, constatou a AFP. O tribunal também condenou 14 pessoas à prisão perpétua, três delas à revelia.

Além de Badie, vários líderes da Irmandade Muçulmana, incluindo seu vice, Jairat al Shater, e o ex-presidente do Parlamento Saad al-Katatni foram condenados à prisão perpétua.

Os condenados foram declarados culpados de assassinato, de incitação ao assassinato ou de posse de armas de fogo e munições. Podem recorrer da sentença. Ao conhecer o veredicto, os acusados presentes no tribunal gritaram "abaixo o poder militar".

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Badie foi condenado à morte em outro julgamento por atos violentos, mas o caso está sendo julgado novamente. Além disso, foi condenado outras três vezes à prisão perpétua em outros julgamentos.

Desde que o ex-chefe das forças armadas e atual presidente Abdel Fatah al-Sissi depôs Mursi, as autoridades lançaram uma repressão sangrenta contra seus simpatizantes, deixando ao menos 1.400 mortos. E em dezembro declararam como organização terrorista a Irmandade Muçulmana.

As autoridades são acusadas de instrumentalizar a justiça. Centenas de partidários de Mursi foram condenados à morte em julgamentos maciços sumários, e outros 15.000 foram detidos.

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