Londres - Mohamed Emwazi, o jovem identificado como "Jihadista John", o carrasco e porta-voz do grupo Estado Islâmico (EI), condenou em 2009 os atentados de 11 de setembro de 2001 nos Estados Unidos, segundo uma gravação de áudio divulgada nesta terça-feira.
Vários especialistas afirmaram na quinta-feira que Emwazi é o homem que aparece vestido de preto, mascarado e com uma faca na mão, em vídeos de decapitações de reféns ocidentais publicados pelo EI.
A Cage, uma associação britânica de defesa dos direitos dos muçulmanos, divulgou uma série de documentos nos quais Emwazi, nascido no Kuwait e criado no Reino Unido, afirma que um membro dos serviços de inteligência britânicos o interrogou em 2009.
Em uma conversa com um membro da Cage, o jovem descreveu como, em 2009, foi interrogado por um oficial britânico, supostamente da agência de espionagem MI5, que não acreditou quando ele condenou os atentados lançados desde 2001.
Em relação a 11 de setembro de 2001, declarou: "É errado. O quer que eu diga? Se tivesse a chance de trazê-los de volta à vida, traria;".
Sobre os atentados de 7 de julho de 2005 em Londres, Emwazi afirmou: "Morreram inocentes. (...) Penso que isso é extremismo".
Diante da insistência do agente secreto que, segundo ele, o acusava de querer viajar à Somália para seguir um treinamento jihadista, contou: "Eu disse, depois de tudo o que te contei, depois de ter dito que isso era extremismo, você continua sugerindo que sou um extremista?".
Esta conversa teria ocorrido pouco depois de Emwazi tentar viajar à Tanzânia em 2009, para se alistar aos shebab somalis, segundo os meios de comunicação britânicos.
A Cage recebeu muitas críticas no Reino Unido depois de ter atribuído a radicalização de Emwazi à "perseguição dos serviços de segurança" britânicos. .