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Ateu militante pode ser condenado à pena capital por morte de muçulmanos

Hicks se entregou após os assassinatos cometidos em 10 de fevereiro. A polícia de Chapel Hill disse nesta terça que o acusado está cooperando com a investigação

Agência France-Presse
postado em 03/03/2015 17:17
A Justiça pedirá a pena de morte para um ateu radical por matar três estudantes muçulmanos no leste dos Estados Unidos, em fevereiro passado, noticiou a imprensa local.

Craig Hicks, de 46 anos, que se proclama "ateu militante", é acusado do assassinato de seu vizinho, Deah Shaddy Barakat, de 23, da mulher deste, Yusor Mohammad Abu-Salha, de 21, e da irmã dela, Razan Mohammad Abu-Salha, de 19, no apartamento na localidade de Chapel Hill (Carolina do Norte), onde o casal morava.

O procurador do distrito de Durham entregou um documento à Justiça, indicando sua intenção de pedir a pena de morte para Hicks, relatou o jornal local "Herald-Sun" na segunda-feira.

Hicks se entregou após os assassinatos cometidos em 10 de fevereiro. A polícia de Chapel Hill disse à AFP nesta terça que o acusado está cooperando com a investigação.

A polícia especula que os homicídios possam ter sido consequência de uma longa disputa por uma vaga no estacionamento do prédio, mas não se descarta outros motivos, incluindo crime de ódio.

Na segunda-feira, a polícia mostrou 12 armas de fogo apreendidas no apartamento de Hicks, entre elas vários rifles.

Os boletins policiais relatam ainda que Hicks guardava fotos e anotações sobre o estacionamento nesse conjunto residencial.

O FBI (Polícia Federal americana) abriu uma investigação para determinar, se Hicks estava motivado por sua postura antirreligiosa. No mês passado, ele foi formalmente indiciado por um grande júri por três acusações de homicídio doloso.

De acordo com a legislação da Carolina do Norte, se for considerado culpado, Hicks pode ser condenado à prisão perpétua sem direito à liberdade condicional.

O réu costumava postar dezenas de mensagens antirreligiosas em sua página no Facebook. Em uma delas, ele se classifica como "antiteísta". Além disso, manifestava uma "profunda objeção contra a religião", publicando comentários contra o Cristianismo, o Islã e a Igreja mórmon.

O presidente americano, Barack Obama, considerou o crime "brutal e ultrajante". Milhares de pessoas compareceram ao enterro dos estudantes.

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