Após semanas de tensão e grande expectativa, o Congresso norte-americano assistiu ontem ao primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, discursar contra o acordo que o governo de Barack Obama negocia para pôr fim ao impasse em torno do programa nuclear do Irã. Convidado pela oposição republicana, majoritária na Câmara dos Deputados e no Senado, à revelia da Casa Branca, Netanyahu foi aplaudido em vários momentos ; o que incomodou a oposição israelense de centro-esquerda, a duas semanas das eleições legislativas. Ele sustentou que a fórmula em discussão é um ;mau negócio;, capaz de colocar em perigo os dois países e o mundo inteiro, e afirmou que ;não fechar acordo nenhum é melhor do que ter um acordo ruim;.
Obama, que decidiu não receber o visitante em nome de não interferir na disputa eleitoral, foi rápido em rebater as críticas, afirmando que o pronunciamento não apresentou ;nada de novo;. ;O primeiro-ministro não ofereceu nenhuma alternativa viável; às discussões conduzidas com Teerã pelos EUA e mais cinco potências (Reino Unido, França, Rússia, China e Alemanha), afirmou. O presidente americano insistiu que um acordo é a melhor forma de impedir que o Irã chegue a desenvolver armas nucleares. O governo de Teerã, que acompanhou com cuidado a visita do adversário a Washington, denunciou ;as contínuas mentiras; de Netanyahu e classificou o discurso como ;um sinal de fraqueza e isolamento extremo dos radicais;.
Pressionado por correligionários, Obama adiantou seus comentários sobre o discurso, do qual disse ter apenas lido uma transcrição. ;A alternativa que o premiê apresenta é nenhum acordo;, analisou. ;Nesse caso, o Irã vai imediatamente começar de novo a desenvolver um programa nuclear, vai acelerá-lo, sem que tenhamos qualquer informação sobre o que estão fazendo, e sem restrições;, defendeu o presidente. As negociações entre os iranianos e as potências que formam o grupo P5%2b1 devem ser concluídas até o fim deste mês. Em meio à pressão do governo israelense e da oposição americana, o secretário de Estado John Kerry reuniu-se ontem pelo segundo dia seguido, na Suíça, com o chanceler iraniano, Mohammed Javad Zarif.
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