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Unesco chama de "crime de guerra" destruição da cidade iraquiana de Nimrud

Cidade foi uma capital do império assírio e fica à margem do rio Tigre, a 30 km de Mossul, região do Iraque controlada pelo Estado Islâmmico

Agência France-Presse
postado em 06/03/2015 07:44
Paris, França - A Unesco criticou e condenou nesta sexta-feira (6/3) a destruição da antiga cidade assíria de Nimrud, no Iraque, pelo grupo jihadista Estado Islâmico (EI), que chamou de "crime de guerra".

"Condeno com a maior firmeza a destruição do território de Nimrud", afirma a diretora da Unesco, Irina Bokova, em um comunicado. "Não podemos permanecer em silêncio. A destruição deliberada do patrimônio cultural constitui um crime de guerra. Faço um apelo a todos os dirigentes políticos e religiosos da região para que atuem contra este novo ato de barbárie", completou.

Bokova destacou ter informado o presidente do Conselho de Segurança da ONU e o procurador-geral do Tribunal Penal Internacional sobre o tema. Ela apelou ao conjunto da comunidade internacional por uma "união de esforços para interromper a catástrofe". "A limpeza cultural de que é objeto o Iraque não para diante de nada nem de ninguém: tem como objetivo a vida humana e as minorias, além de ser acompanhada pela destruição sistemática de um patrimônio milenar da humanidade", destacou Bokova.



Segundo o ministério iraquiano do Turismo, o grupo EI começou na quinta-feira (6/3) a destruir as ruínas assírias de Nimrud, poucas horas depois da divulgação de um vídeo noa qual os jihadistas mostram a destruição de esculturas pré-islâmicas de valor incalculável na região norte do Iraque.

A cidade de Nimrud, fundada há mais de 3.300 anos, foi uma capital do império assírio. Fica à margem do rio Tigre, a 30 km de Mossul, a grande cidade do norte do Iraque, controlada pelo EI desde junho do ano passado.

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