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Comandante militar e assessores da Frente Al-Nosra morrem na Síria

Grupo jihadista ainda não confirmou a morte de seu chefe, Abu Hamam Al Shami, um veterano da guerra no Afeganistão

Agência France-Presse
postado em 06/03/2015 10:41

Beirute, Líbano - O comandante militar da Frente Al-Nosra, a facção síria da Al-Qaeda, e vários de seus assessores morreram no noroeste da Síria, anunciaram a agência oficial síria e uma ONG, no momento em que este grupo se prepara para constituir um "emirado" jihadista.

A Frente Al-Nosra, que combate em várias frentes nos países em guerra na região, não confirmou a morte de seu chefe, Abu Hamam Al-Shami, um veterano da guerra no Afeganistão, e as informações sobre a data e as condições de sua morte são contraditórias.

A agência Sana, citando seu correspondente na província de Idleb, anunciou na noite de quinta-feira a morte de Al-Shami, apelidado Al-Faruq Al-Suri, e de vários dirigentes do grupo em uma operação especial do exército sírio contra uma reunião da Al-Nosra em Al-Hobeit, localidade ao sul de Idleb. No entanto, a agência não disse quando a operação foi realizada, apesar de afirmar que ocorreu durante o dia.

Por sua parte, Rami Abdel Rahmane, diretor do Observatório Sírio para os Direitos Humanos (OSDH), informou que Al-Shami morreu na quinta, mas em função dos ferimentos sofridos em um ataque aéreo contra um quartel-general da Al-Nosra na província de Idleb, em 27 de fevereiro. Abdel Rahmane não indicou quem teria realizado o ataque, que causou outras duas mortes e cinco feridos.

No momento deste ataque, a Frente Al-Nosra havia anunciado em sua conta no Twitter, com fotos apoiando, que um ataque da coalizão internacional antijihadista contra uma de suas sedes havia matado dois comandantes, Abu Mussab al-Falestini e Abul Baraa al-Ansari.

Coalizão nega ataques
Um ativista na região de Idleb, Ibrahim al-Idlibi, contactado por telefone, confirmou a versão do OSDH e disse que Abu Hammam Al-Shami foi morto durante o ataque de 27 de fevereiro e "não na quinta-feira como afirma o regime". "O exército sírio não realizou qualquer operação ontem à noite nesta região", acrescentou. Segundo ele, a morte do comandante militar "é um duro golpe para o moral dos partidários da Al-Nosra, e é por isso que esta organização não quis publicar o seu nome".

Em Washington, o porta-voz do Pentágono assegurou que "nem os Estados Unidos nem a coalizão realizaram ataques perto do local (em questão) nos últimos dias."

Abu Hammam Al-Shami é um veterano da Al-Qaeda que lutou no Afeganistão e no Iraque. Preso no Líbano, tornou-se então o comandante militar da Al-Nosra, cujo líder político é Abu Mohammad al-Jolani.

Votação na ONU
Abdel Rahmane também informou a morte na quinta-feira de cinco outros líderes da Al-Nosra na província de Idleb, sem identificá-los.

Para Lina al-Khatib, diretora do Carnegie Middle East Center, o grupo "Al-Nosra tem vários líderes importantes, e mesmo perdendo um ou mais, conta com um apoio popular suficiente para continuar a existir". "Além disso, como esta organização opera de forma descentralizada, a perda de um líder é algo que pode superar sem muitos prejuízos", segundo a pesquisadora.

A Frente Al-Nosra expulsou nos últimos meses os grupos rebeldes moderados presentes na província de Aleppo (norte), onde se tornou a principal força de oposição. Este grupo busca estabelecer um "emirado" islâmico na região.

Em Aleppo, os combates redobraram de intensidade nos últimos dias, e dezenas de civis morreram. O conflito sírio, que entra em seu quinto ano em 15 de março, ganhou em complexidade ao longo dos anos.

Iniciado por um movimento de contestação popular violentamente reprimido, ele se transformou em uma guerra em várias frentes, onde os rebeldes sírios e os jihadistas, que combatem o regime de Bashar al-Assad, também são inimigos. E o rápido aumento do poder em 2013 da organização do Estado Islâmico (EI) tem eclipsado a rebelião contra o regime.



Neste contexto, o secretário de Estado americano, John Kerry, considerou na quinta-feira que Bashar al-Assad "perdeu toda a legitimidade, mas não temos uma prioridade mais elevada do que perturbar e derrotar o Daesh (acrônimo em árabe para EI)".


Finalmente, em Nova York, o Conselho de Segurança das Nações Unidas aprovou uma resolução que condena o uso de gás cloro como arma química no conflito sírio, sem especificar quem são os responsáveis

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