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Conheça Nimrud, cidade às margens do Tigre e berço da civilização assíria

Autoridades iraquianas ainda não puderam avaliar os danos provocados pelos jihadistas, que na quinta-feira passada destruíram parte das antigas ruínas

Agência France-Presse
postado em 06/03/2015 11:45
Bagdá, Iraque - Os vestígios da cidade de Nimrud, que segundo o governo do Iraque foram destruídos pelos jihadistas, foi o berço da civilização assíria e seu tesouro é considerado uma das maiores descobertas arqueológicas do século XX. A cidade está situada às margens do rio Tigre, 30 km a sudeste de Mossul, e foi fundada no século XIII antes de nossa era.

"Nimrud era a capital da Assíria na nova época desta civilização", recorda Abdulamir Hamdani, um arqueologista da universidade Stony Brook de Nova York.

O nome desta cidade, que está na lista indicativa do patrimônio mundial da Unesco, é o último nome árabe de um assentamento que primeiro se chamou Kalhu.

[SAIBAMAIS]Os vestígios foram descritos em 1820 e foram saqueados por exploradores ocidentais durante décadas. Também ficaram danificados durante a invasão do Iraque em 2003 por parte dos Estados Unidos.

As autoridades iraquianas ainda não puderam avaliar os danos provocados pelos jihadistas, que na quinta-feira passada destruíram parte das antigas ruínas.

As peças mais valiosas encontradas em Nimrud estão há tempos em museus de Mossul, Bagdá e Paris, mas as estátuas gigantes chamadas "lamassu", que representam touros alados com cabeças humanas, seguem no local.

A destruição foi divulgada uma semana após a publicação de um vídeo no qual jihadistas do EI apareciam destruindo estátuas em um museu de Mossul, muitas delas procedentes de Nimrud.

"É realmente um lugar muito importante na história da Mesopotâmia", disse Hamdani, lembrando que "muitos dos grandes tesouros artísticos" são provenientes dali.

O chamado "tesouro de Nimrud", descoberto em 1988, é uma coleção de 613 objetos, incluindo pedras, joias de ouro e vários ornamentos que alguns arqueólogos descreveram como a descoberta mais importante desde a tumba de Tutankamón, em 1923.



O tesouro, de 2.800 anos, do momento do esplendor do império assírio, foi exposto brevemente no museu nacional de Bagdá antes que o Iraque invadisse o Kuwait, em 1991.

Depois foi escondido e seu paradeiro permaneceu desconhecido até 2003, quando as tropas dos Estados Unidos depuseram o regime de Saddam Hussein e o encontraram entre as ruínas de um edifício do banco central.

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