Agência France-Presse
postado em 06/03/2015 18:09
Caracas - Os países da União de Nações Sul-Americanas (Unasul) rejeitaram nesta sexta-feira, em Caracas, "qualquer tentativa de desestabilização democrática" na Venezuela, em referência às denúncias do presidente Nicolás Maduro sobre uma suposta conspiração contra seu governo."Todos os Estados da Unasul sem exceção (...) rejeitam e rejeitarão qualquer tentativa de desestabilização democrática de ordem externa que se apresente na Venezuela", declarou o secretário do bloco, o colombiano Ernesto Samper, acompanhado dos ministros das Relações Exteriores do Brasil, da Colômbia e do Equador.
[SAIBAMAIS]
A missão diplomática da Unasul chegou nesta sexta-feira à Venezuela para mediar a crise política entre governo e oposição, fruto da delicada situação econômica no país.
Ambas as partes estabeleceram um diálogo após vários meses de protestos contra o governo, que deixaram 43 mortos e centenas de feridos em 2014. As conversas foram suspensas em maio.
Em meio à recessão econômica, inflação alta e escassez de produtos básicos, Maduro lançou uma ofensiva contra a oposição, denunciando sua participação em um complô para derrubá-lo. O endurecimento de Maduro levou à detenção do prefeito de Caracas, Antonio Ledezma, há duas semanas.
A Unasul disse ainda que é "fundamental" a realização das eleições legislativas previstas para o final de 2015. Há alguns dias, o líder da oposição Henrique Capriles alertou que o governo Maduro é capaz de suspender o pleito eleitoral, diante de sua queda de popularidade nas pesquisas.
Samper e os três chanceleres vão se reunir com Capriles e outros dirigentes da oposição, assim como com as autoridades eleitorais venezuelanas, do Tribunal Supremo e da Procuradoria Geral.