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General americano visita o Iraque durante ofensiva contra o Estado Islâmico

"Lançar uma chuva de bombas sobre o Iraque não é a solução", afirmou o militar, principal comandante das Forças Armadas dos Estados Unidos

Agência France-Presse
postado em 09/03/2015 07:19
Bagdá, Iraque - O comandante das Forças Armadas dos Estados Unidos, o general Martin Dempsey, visitava Bagdá nesta segunda-feira (9/3), depois de pedir "paciência estratégica" na luta contra o grupo Estado Islâmico, e coincidindo com uma ofensiva antijihadista do exército iraquiano.

O general Dempsey, principal autoridade militar das Forças Armadas dos Estados Unidos, chegou nesta segunda-feira a Bagdá, dias após as tropas iraquianas lançarem a maior ofensiva até o momento contra o grupo Estado Islâmico (EI).
Desde a semana passada 30.000 combatentes lutam com o objetivo de tomar dos jihadistas o controle da cidade de Tikrit, um ponto estratégico dos amplos territórios conquistados pelo grupo há nove meses.

Por sua vez, os combatentes curdos iniciaram nesta segunda-feira uma ofensiva contra a cidade de Kirkuk, muito importante por sua produção petrolífera, o que aumenta a pressão sobre o EI.

Durante sua estadia na capital iraquiana, o general americano se reunirá com as autoridades políticas e militares do Iraque. "O Daesh vai ser derrotado", disse Dempsey em uma coletiva de imprensa, na qual se referiu ao EI por seu acrônimo em árabe, uma denominação que o grupo critica por considerar pejorativa. O militar também afirmou que as operações devem ser muito precisas para evitar qualquer sofrimento adicional.

Além disso, ressaltou que embora a prioridade seja proteger as pessoas, também existe a possibilidade de que os bombardeios sirvam para proteger o patrimônio iraquiano, muito afetado pelos jihadistas.

Dempsey chegou a bordo de um avião militar C-17 proveniente do Golfo, onde no domingo visitou o porta-aviões nuclear francês Charles de Gaulle, que participa das operações militares da coalizão contra o Estado Islâmico no Iraque. No navio francês, o chefe do Estado-Maior advertiu que intensificar os bombardeios da coalizão internacional contra os jihadistas seria um erro, e defendeu uma paciência estratégica na luta contra o EI na Síria e no Iraque. "Lançar uma chuva de bombas sobre o Iraque não é a solução", afirmou Dempsey, em relação ao apoio militar que a coalizão, que reúne 60 países, dá às tropas iraquianas.

Dempsey também declarou que a frequência dos bombardeios aéreos dependia da capacidade do exército iraquiano em terra.

Ajuda do Irã

As forças iraquianas lançaram há uma semana uma vasta operação sobre Tikrit. Esta ofensiva foi realizada após um anúncio oficial lançado pelo primeiro-ministro, Haider al-Abadi, e conta com o apoio das milícias xiitas. Esta cidade sunita, localizada a 160 km de Bagdá, da qual o ex-presidente iraquiano Saddam Hussein era proveniente, é um local importante do norte do país. Segundo números da ONU, esta ofensiva deixou 30.000 deslocados. Apesar do apoio logístico e aéreo oferecido pela coalizão, na qual 2.500 efetivos estão envolvidos, não há uma mobilização de tropas em terra.



Além disso, Washington está incomodado com a ajuda oferecida pelo Irã, que não forma parte da coalizão, mas que teve um papel central em terra, e o chefe de operações no exterior da Guarda Revolucionária, Qasem Soleimani, se converteu em uma figura muito admirada pelos combatentes iraquianos.

Por sua vez, as autoridades indicaram nesta segunda-feira que o grupo jihadista executou 20 adversários na província de Kirkuk. O massacre destes homens, que queriam se unir às Unidades Populares de Mobilização - as forças paramilitares que enfrentam os jihadistas - ocorreu na cidade de Hawija, indicou um oficial de inteligência e duas autoridades locais.

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