Jornal Correio Braziliense

Mundo

Desmatamento da Amazônia nos países andinos é alarmante, mostra WWF

Em relatório divulgado hoje (9), a organização não governamental destaca que foram identificadas 25 frentes de desmatamento na região



"Deste modo, os avanços brasileiros, no que se refere à queda do desmatamento de florestas da Amazônia, foram perversamente compensados pelo crescimento da destruição das florestas amazônicas em outros países", apontou o documento.

A WWF ressaltou, porém, que apesar da redução significativa, o Brasil ainda figura no topo do ranking de desmatamento no mundo, com a supressão de 4.571 km; de florestas em 2012, que aumentaram para 5.891 km; em 2013. "A indicação de uma retomada da elevação das taxas de desmatamento, em 2014, exige atenção ainda maior para o assunto", acrescenta o relatório.

O coordenador do Programa Amazônia WWF Brasil, Marco Lentini, lembrou que o desmatamento ainda é visto por muitos como um simples problema de cunho ambiental, quando, na verdade, é um assunto intimamente ligado ao ordenamento do uso do território e à economia, por exemplo.

;O desmatamento na Amazônia teve dois picos importantes, em 1995 e 2004. Perdemos algo em torno de 400 mil km; desmatados desde 1988. É uma grande mazela brasileira, já que perdemos pelo menos 19% da Amazônia;, disse. ;Tivemos redução muito significativa, mas ainda temos grandes desafios;, ressaltou Lentini.

Das recomendações do relatório, ele destacou que as prioridades são manter a atenção e estimular a vontade política de combate e prevenção ao desmatamento; enfrentar o desafio, incentivar e promover as integrações; e investigar e decifrar as cadeias de relações causais de desmatamento para orientar o planejamento, conforme situações específicas de prevenção e combate.

A WWF Brasil também recomenda incentivar a legalidade e combater as fragilidades institucionais e normativas que abrem espaço para a impunidade; incentivar e intensificar a formação e consolidação de cadeias produtivas sustentáveis; e implementar e buscar aprimoramento de sistemas de monitoramento da cobertura florestal.

Para André Dias, da Iniciativa Amazônia Viva, o documento deve servir de estímulo e oportunidade para que os demais países que abrigam a Amazônia possam instituir e fortalecer políticas públicas de controle do desmatamento.