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Grupo sírio reitera aliança com Al Qaeda em meio à guerra civil no país

Líder extremista do Frente al Nosra negou " busca de financiamento junto a qualquer país do Golfo" no Twitter

Agência France-Presse
postado em 09/03/2015 17:26
Nesta segunda-feira (9/3), um dos principais grupos armados na Síria reafirmou sua adesão à Al Qaeda. Através de sua conta no Twitter, a Frente al Nosra desmentiu a intenção de abandonar a rede extremista para ganhar o apoio do Ocidente e dos países do Golfo.

Desde abril de 2013, avaliam especialistas, o braço da Al Qaeda na Síria ocupa uma posição dominante no noroeste do país, apesar de bombardeios realizados contra os jihadistas por meio da coalizão internacional encabeçada pelos Estados Unidos.

A ideia de uma ruptura entre Al Nosra e Al Qaeda apareceu no início de 2014, em Deir Ezor, no leste. Nesta província, a Al Nosra se aliou a facções da Frente Islâmica e do Exército Sírio Livre (ESL) contra os combatentes do Estado Islâmico (EI).

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Estas facções, consideradas mais moderadas, contam com o apoio dos países ocidentais e das monarquias do Golfo. Segundo o professor na Universidade de Edimburgo, Thomas Pierret, a ideia de ruptura "fracassou".

"As dinâmicas internas da Frente al Nosra, desde o verão de 2014, não apontam nem para a moderação, nem para a ruptura com a Al Qaeda", destacou Pierret.

O principal defensor dessa teoria era Abu Mariya al Qahtani, ex-mufti do grupo, conhecido por encarnar a ala "moderada" da Al Nosra. Após a derrota diante do EI em Deir Ezor, o mufti foi substituído pelo jordaniano Sami al Oraydi e, assim, a linha de ação do grupo foi endurecida.

Em meio a postagens nas redes sociais, ao longo das últimas semanas, a organização jihadista se viu na necessidade de publicar uma nota para desmentir os falsos rumores.

"A Frente al Nosra era e é a ponta de lança dos jihadistas na terra de Al Sham [Levante]", afirmou o grupo, que nega "qualquer informação sobre uma reunião com os serviços secretos do Catar e outros países, ou sobre uma busca de financiamento junto a qualquer país do Golfo", já que são contrários "aos princípios" da Al Nosra.

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