postado em 09/03/2015 18:24
O governo venezuelano chamou para consultas, nesta segunda-feira (9/3), seu encarregado de negócios nos Estados Unidos, horas depois de Washington anunciar um novo pacote de sanções contra funcionários venezuelanos e qualificar a situação no país sul-americano como uma ameaça à sua segurança nacional."Chamamos imediatamente para consultas Maximilien Arveláiz, encarregado de negócios nos Estados Unidos", escreveu a chanceler Delcy Rodríguez em sua conta no Twitter.
A medida é a primeira reação de Caracas ante a decisão do presidente americano, Barack Obama, de reforçar sanções contra funcionários do governo venezuelano, supostamente envolvidos em casos de corrupção e violações dos direitos humanos durante a repressão de protestos da oposição em 2014, que deixaram 43 mortos.
Leia mais notícias em Mundo
A Casa Branca também qualificou a situação no país sul-americano como uma "ameaça à segurança nacional" dos Estados Unidos.
"Eu, Barack Obama, (...) considero que a situação na Venezuela (...) constitui uma ameaça extraordinária e incomum à segurança nacional e à política externa dos Estados Unidos", indica o decreto.
"Por isso, declaro emergência nacional para enfrentar esta ameaça", acrescenta. As sanções estão dirigidas a sete funcionários e ex-funcionários de instâncias policiais, militares e judiciais; cujos nomes foram mencionados publicamente pela Casa Branca pela primeira vez. Entre eles estão o ex-diretor de operações da Guarda Nacional Bolivariana, Antonio Benavides; o diretor do serviço de inteligência SEBIN, Gustavo González; a promotora Katherine Haringhton; e o diretor da polícia nacional, Manuel Pérez, entre outros.
"Os funcionários venezuelanos, atuais e anteriores, que violam os direitos humanos dos cidadãos venezuelanos e realizam atos de corrupção não serão bem vindos aqui, e agora temos ferramentas para bloquear seus bens e seu uso do sistema financeiro americano", destacou a Casa Branca.
Estas ações implementam e ampliam as sanções aprovadas pelo Congresso americano no ano passado e que o próprio presidente, apesar de sua reticência inicial, sancionou em dezembro.
Em fevereiro passado, o Departamento de Estado incluiu um número adicional de funcionários venezuelanos suscetíveis à restrição de vistos.
Nesta ocasião, a Venezuela manifestou seu repúdio a uma decisão que considerou "lesiva aos direitos humanos" e que era "reincidente na violação do Direito Internacional".
Em 28 de fevereiro, o presidente venezuelano, Nicolás Maduro, anunciou a redução do número de diplomatas americanos acreditados em Caracas, a exigência de vistos para turistas e a proibição de entrada no país de um grupo de líderes políticos e legisladores americanos.