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Promotor Alberto Nisman morreu de joelhos ao ser baleado, diz perícia

Investigação de peritos contratados pela juíza federal Sandra Arroyo sustenta que promotor argentino foi executado.Especialista da equipe admite conclusão

Rodrigo Craveiro
postado em 13/03/2015 06:08

Alberto Nisman foi encontrado morto no banheiro de seu apartamento, em 18 de fevereiro passado

O promotor Alberto Nisman, responsável pela investigação que acusaria a presidente Cristina Kirchner por acobertar os autores do atentado a um centro judaico, estava de joelhos ao ser morto com um disparo contra a cabeça. É o que revela o 12; ponto de um relatório de 93 páginas com as conclusões da investigação realizada pelos peritos Daniel Salcedo, Osvaldo Raffo e Julio Alberto Ravioli, a pedido da juíza federal Sandra Arroyo Salgado, ex-mulher de Nisman. De acordo com o documento, ao receber o tiro, Nisman mantinha o joelho direito apoiado no chão do banheiro da suíte de seu apartamento, no bairro de Puerto Madero, em Buenos Aires. Ele olhava em direção à banheira e não para o espelho, no momento da morte, e estava com o tronco erguido.

;A vítima tinha uma altura de 1,82m, muito provavelmente se encontrava em um plano inferior, em relação ao atacante, localizado atrás e à direita dele;, afirma o relatório, que descarta a tese de suicídio. Parte da mão direita de Nisman estava limpa ; um indício de que ele poderia ter sido imobilizado ao ser assassinado, em 18 de janeiro passado.

Salcedo, Raffo e Ravioli não perceberam marcas de golpes nas costas, na cabeça ou nos ombros do promotor, o que reduz as chances de ele ter efetuado um disparo de pé e sofrido uma queda. Eles concluíram que o sangue que caiu sobre o lavatório veio de uma altura baixa, indicando a proximidade da cabeça de Nisman e sinalizando que ele estava ajoelhado.

A divulgação do 12; ponto fez com que a promotora Viviana Fein, encarregada da investigação oficial da morte de Nisman, e Sandra Arroyo entrassem em contradição. Fein garantiu que a juíza defendeu ;expressamente; o caráter confidencial do conteúdo do relatório. ;Ela apresentou o documento com reticências e disse que era prudente, de minha parte, não manifestar sobre a existência desse ponto;, declarou, segundo o jornal La Nación. ;Não tenho nenhum ponto 12. Não sei a que se refere, pois da mecânica (da morte) não se está falando. Não sei. O ponto 12 não existe, não há nada;, emendou.

A promotora foi imediatamente desmentida por Sandra Arroyo. ;O teor do ponto 12, que, sim, está no expediente e está na promotoria, fala da mecânica do disparo. Fez-se um trabalho científico de muito rigor. Em respeito às horas de trabalho, eu me vejo na obrigação de esclarecer o seguinte: estão faltando com a verdade. O ponto 12 está nas páginas 90, 91 e 92, com as conclusões finais;, insistiu. Ela destacou que o ponto 12 tem oito linhas e remete à ;execução;.

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