Santiago, Chile - O gigantesco incêndio em Valparaíso, que matou uma pessoa e destruiu mais de 500 hectares, permanecia com focos fora de controle neste domingo, em mais uma evidência da fragilidade do porto chileno. O governo anunciou que vai abrir uma ação judicial contra quem for responsável pelo incêndio que deixou um morto e arrasou mais de 500 hectares em Valparaíso.
Depois de quase dois dias, as chamas diminuíram consideravelmente, mas as autoridades ainda não consideram o incêndio como completamente sob controle e mantêm o estado de emergência na região. Mas o incêndio está "contido", o que significa que as chamas não avançam.
"Mantemos o incêndio de Valparaíso em seu contorno e, portanto a expansão está controlada", destacou o vice-ministro do Interior, Madmuh Aleuy, no mais recente boletim do Escritório Nacional de Emergências (Onemi).
Caso as atuais condições persistam, o incêndio tem amplas perspectivas de ser controlado, segundo as autoridades. O fogo consumiu 560 hectares de florestas e provocou a morte de uma mulher de 67 anos, vítima de uma parada cardíaca.
Trinta e duas pessoas ficaram feridas, incluindo 19 bombeiros. Não foram registrados problemas de ordem pública e apenas uma casa foi atingida pelas chamas, de acordo com informações oficiais.
O fogo teve início na mesma região em que há quase um ano outro incêndio matou 15 pessoas e destruiu 3.000 casas, o que voltou a evidenciar a fragilidade deste pitoresco porto localizado 120 km ao oeste de Santiago.
A cidade de Valparaíso é um dos pontos turísticos mais visitados do Chile e declarado Patrimônio da Humanidade pela Unesco. A topografia escarpada e moradias precárias favorecem a propagação do fogo.
Localizada no litoral Pacífico a 120 km de Santiago, a cidade é famosa pelas casinhas coloridas espalhadas em mais de 40 morros, formando um anfiteatro natural.
A cidade é visitada todos os anos por turistas que percorrem suas ruas e ladeiras entrelaçadas, onde numa das residências, agora um museu, viveu o poeta Pablo Neruda.
Com 270.00 habitantes, a cidade-sede do Congresso Nacional do Chile registra um nível de pobreza superior à média nacional e precisa de um maior desenvolvimento econômico.
Assim como no ano passado, o gigantesco incêndio aparentemente teve início em um lixão na parte alta de Valparaíso, cidade que tem 160 depósitos ilegais, que surgem pela dificuldade e preço caro de retirar o lixo de determinadas áreas.
"As pessoas depositam de maneira inadequada escombros, lixo ou outros elementos que se transformam em combustível", disse à AFP o intendente (governador) de Valparaíso, Ricardo Bravo.
"Isto faz com que tenhamos uma condição na qual, em qualquer situação, um incêndio florestal pela geografia que temos pode se transformar em um incêndio das proporções que tivemos da outra vez", completou.