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União Europeia aprova missão de segurança na Líbia com ajuda da ONU

Ação depende da criação de um governo de unidade nacional

Agência France-Presse
postado em 16/03/2015 15:42

Bruxelas - Os ministros das Relações Exteriores da União Europeia aprovaram nesta segunda-feira (16/3) uma eventual missão de segurança na Líbia caso as facções neste país formem um governo de união nacional. "Quando houver um acordo sobre um governo de união nacional e sobre os detalhes de segurança, a UE estará disposta a aumentar seu apoio à Líbia", indicaram os ministros reunidos em Bruxelas.

De acordo com a declaração final, a UE poderia enviar uma missão militar ou civil "em estreita coordenação com a ONU, a Líbia, os principais parceiros e atores regionais". Os ministros pediram à chefe da diplomacia europeia, Federica Mogherini, que "apresente propostas, assim que possível".

Antes da reunião desta segunda-feira, fontes diplomáticas indicaram que a UE poderia enviar uma missão para "garantir a segurança dos edifícios públicos, do aeroporto e porto" do país, em caso de acordo político na Líbia.

"As tarefas são óbvias, poderia ser a garantia da segurança das infra-estruturas essenciais, que são necessárias para a sobrevivência econômica da Líbia", indicou o ministro das Relações Exteriores da Alemanha, Frank-Walter Steinmeir, numa conferência de imprensa. "Também poderia haver algum tipo de vigilância marítima", acrescentou.

"A UE não pode aceitar a trágica perda de vidas humanas no mar de migrantes que deixam a Líbia", indicaram os ministros na declaração. "O movimento irregular de pessoas no interior da Líbia e além de suas fronteiras tem um efeito dramático sobre a vida de muitas pessoas, desestabiliza as duas margens do Mediterrâneo", acrescentaram.

Para conter esse importante fluxo, a UE quer controlar melhor a costa marítima da Líbia, mas precisa do apoio do governo da Líbia por se tratar de uma intervenção em suas águas territoriais.

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Em uma coletiva de imprensa, Mogherini disse que informaria sobre as suas propostas os chefes de Estado e de Governo da UE, com os quais se reunirá nas próximas quinta e sexta-feira em Bruxelas.

"A condição é ter um governo de unidade nacional, que possa ser interlocutor" junto das organizações internacionais, declarou o ministro espanhol, José Manuel Garcia Margallo, ressaltando que "estamos correndo contra o tempo para chegar a uma solução para a política".

Sem acordo, a UE deveria, de acordo com Margallo, pressionar as partes na Líbia para "sentar-se à mesa de diálogo", por meio de sanções, como o "congelamento de ativos do Banco Central da Líbia e da companhia nacional de energia, e um embargo judicial" às exportações de petróleo da Líbia, que caíram para 300 mil barris por dia, precisou.

A Líbia está em crise desde a queda de Muammar Khaddafi em 2011 e as autoridades não conseguem controlar as dezenas de milícias formadas por ex-rebeldes que impõem sua lei.

Os países ocidentais insistem em uma solução política, apostando em contatos entre as partes líbias sob a mediação do diplomata espanhol Bernardino León, representante especial do secretário-geral da ONU para a Líbia.

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