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França debate obrigatoriedade de "atestado médico" para modelos magras

A emenda prevê multa e prisão de até seis meses aos que desrespeitarem a lei

postado em 16/03/2015 18:30
Outros países com representatividade na indústria da moda, como Espanha e Itália, já aderiram à luta contra distúrbios alimentares e têm leis semelhantes

A anorexia no mundo da moda está ameaçada na França. A Assembleia Nacional Francesa recebeu nesta segunda-feira (16/3) emenda que visa combater a "magreza excessiva" nas passarelas e campanhas publicitárias no país: as agências de modelos seriam obrigadas a cobrar atestado médico comprovando a saúde das profissionais.

;É intolerável que se faça apologia à desnutrição e que se explore comercialmente pessoas que estão em situações de risco à sua saúde;, afirmou o relator do projeto, médico e deputado do Partido Socialista, Olivier Véran.

O atestado médico deve comprovar que a mulher tem um Índice de Massa Corporal (IMC) saudável. A emenda prevê multa de 75 mil euros e até seis meses de prisão para aqueles que não respeitarem as exigências.

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Outros países com capitais da moda, como Espanha e Itália, já adotaram regulações semelhantes. A própria ministra da Saúde francesa, Marison Touraire, já declarou seu apoio à emenda, ;é uma mensagem importante, principalmente às jovens meninas e mulheres que enxergam nessas modelos um modelo de estética;. O deputado estima que existam entre 30 e 40 mil pessoas com anorexia na França hoje, adolescentes, em 90% dos casos.

Além disso, o socialista apresentou uma segunda emenda à assembleia nesta tarde. Com apoio da bancada feminista, Verán propõe bloqueio a sites que façam ;apologia à anorexia;, com mulheres excessivamente magras. ;Essas páginas ensinam, a jovens de 12 e 13 anos, que se deve ter espaço de 15 centímetros entre os joelhos para ser bonita;, critica Véran, se referindo ao famoso "thigh gap" - obsessão entre meninas por pernas magras, atestado pelo espaço entre as coxas.

No Brasil, um projeto de lei semelhante está em tramitação do Senado Federal, desde 2010. Além da exigência do atestado médico com IMC saudável, a proposta obriga as agências a oferecer acompanhamento mental e físico periódico aos modelos.

A ;magreza excessiva; que os projetos visam combater se refere, principalmente, a distúrbios alimentares, como a anorexia e a bulimia.

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