Agência France-Presse
postado em 16/03/2015 19:47
Washington se comprometeu a manter as sanções impostas a Moscou pela anexação da Crimeia, enquanto a península permanecer sob domínio russo, e pediu ao presidente Vladimir Putin que ponha fim à ocupação."Neste primeiro ano de aniversário do fraudulento ;referendo; na Crimeia, realizado em clara violação da lei e da Constituição ucranianas, os Estados Unidos reiteram sua condenação de uma votação que não foi voluntária, transparente, ou democrática", criticou a porta-voz do Departamento de Estado americano, Jen Psaki.
A Rússia deu início a três dias de celebrações na Crimeia para marcar um ano de anexação da península, que se seguiu a um referendo, em uma mudança histórica condenada tanto pela Ucrânia quanto por países ocidentais - sobretudo, EUA e os europeus.
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Autoridades pró-Moscou disseram que quase 97% da população da Crimeia se pronunciou a favor da anexação, mas a votação não pôde ser acompanhada por observadores independentes.
"A Rússia usou seu Exército para tomar e ocupar a Crimeia à força, território de soberania ucraniana, e aí encenou um referendo ilegal em uma frágil tentativa de justificar suas ações", disse Psaki à imprensa.
"Ao longo do último ano, a Rússia instituiu uma repressão em larga escala na Crimeia, afastando ONGs e levando as minorias não-russas, incluindo os tártaros da Crimeia, a fugir, ou a se esconder", acrescentou a porta-voz.
"Esta semana, no momento em que a Rússia tenta validar sua cínica e calculada ;libertação; da Crimeia, reafirmamos que as sanções relacionadas à Crimeia vão permanecer enquanto a ocupação continuar", garantiu Jen.
Ela também mencionou um documentário exibido no domingo, no qual o presidente Putin explica como deu "instruções diretas" às Forças Armadas russas para uma missão rápida e sem derramamento de sangue para retomar a península do governo ucraniano. O território foi transferido em 1954 da jurisdição de Moscou para Kiev pelo então líder soviético Nikita Khrushchev.
"Há um ano, o presidente Putin disse ao mundo que as forças militares não estavam intervindo na Crimeia. Ele agora reconhece para o mundo que as forças russas de fato intervieram, e essas são suas próprias palavras", declarou Psaki.
"Então, isso certamente coloca em xeque a credibilidade das alegações feitas hoje de que o Exército russo não está intervindo no leste da Ucrânia", afirmou a porta-voz.