Os israelenses vão hoje às urnas em uma das mais acirradas eleições do país. O primeiro-ministro Benjamin Netanyahu, que busca o quarto mandato, intensificou a agressividade da campanha eleitoral nos últimos dias, quando viu a popularidade cair, ameaçando sua permanência no poder. Na reta final, Netanyahu investiu em alertas sobre o ;perigo; de um governo de esquerda, defendendo que o principal concorrente e líder nas pesquisas, o trabalhista Isaac Herzog, comprometeria a segurança do Estado ao adotar um tom conciliatório com os palestinos. Ao contrário de Herzog, que aposta no diálogo, Netanyahu recrudesceu sua posição. Ontem, em entrevista ao site NRG, ele prometeu que, enquanto for premiê, combaterá o reconhecimento do Estado palestino.
;Acho que quem quer que tente estabelecer um Estado palestino hoje e desocupar território estará abrindo campos de ataque para islamistas radicais agredirem Israel; , defendeu Netanyahu. ;Qualquer pessoa que ignorar isso estará enterrando a cabeça na areia. A esquerda faz isso com frequência. Nós somos realistas e entendemos;, acrescentou. A maior inclinação do premiê à extrema-direita é vista como uma tentativa de conquistar votos dos partidos de ultraconservadores, que podem melhorar o resultado do Likud, partido governista, nas eleições de hoje. Mais cedo, Netanyahu tinha dito que um governo de centro-esquerda poderia fazer dos assentamentos judeus em territórios palestinos um segundo ;Hamastão;, referência à terminologia irônica que usa para a Faixa de Gaza, atualmente controlada pelo Hamas. ;Se formarem um governo, o ;Hamastão; B será formado aqui;, disse o premiê ao discursar no assentamento de Har Homa.
Os últimos levantamentos oficiais colocaram o Likud, de Netanyahu, em segundo lugar na corrida parlamentar, atrás da União Sionista ; coalizão liderada por Herzog e pela ex-minsitra da Justiça Tzipi Livni. Segundo as pesquisas, o Likud deve conseguir 20 dos 120 assentos na Knesset (parlamento), 11 a menos do que os conquistados na eleição de 2013. A União Sionista deve chegar a 26 assentos, o que aumenta suas chances de articular um governo com Herzog na chefia.
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