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Paris, Oslo e Mônaco convocam luta contra aquecimento no Ártico

"As mudanças no Ártico são um convite à ação", ressaltou o chanceler norueguês, Borge Brende, lembrando que no mar de Barents, 50% dos campos de gelo flutuantes desapareceram desde os anos 1980

postado em 17/03/2015 17:54
Paris - França, Noruega e Mônaco pediram nesta terça-feira uma ação imediata contra as mudanças climáticas, durante uma conferência realizada em Paris sobre o Ártico - "posto avançado" do aquecimento global. O ministro francês das Relações Exteriores, Laurent Fabius, lembrou que na região o aquecimento é duas vezes mais rápido do que em outros locais.

"Os ecossistemas do Ártico podem mudar completamente [...] Se nós continuarmos a perturbá-los, eles poderiam contribuir para o aumento das temperaturas, isto é, um cenário catastrófico", disse o ministro, que foi ao arquipélago norueguês de Svalbard e deve ir à Groenlândia "nos próximos dias".



"Esta ameaça deve nos fazer agir", alertou o chanceler. "Facilitar a conclusão de um acordo universal e ambicioso, esta é a missão da França" para a conferência sobre o clima prevista para dezembro em Paris. "A tarefa é enorme, mas a esperança é real", ponderou.

"As mudanças no Ártico são um convite à ação", ressaltou o chanceler norueguês, Borge Brende, lembrando que no mar de Barents, 50% dos campos de gelo flutuantes desapareceram desde os anos 1980. "O grande Norte está no topo das nossas prioridades de política externa", afirmou.

O príncipe Albert II de Mônaco também chamou à ação diante destas "mudanças, cujos homens são os primeiros responsáveis e as primeiras vítimas".

"O aquecimento global é inseparável da abertura de estradas, do aparecimento de novas explorações e das profundas mudanças econômicas, sociais e ambientais que seguem. Algumas destas mudanças podem ser benéficas, mas muitas delas têm consequências negativas que não podem ser ignoradas", disse.

"Todos os países devem desempenhar um papel frente a suas empresas", afirmou o príncipe. "Nós devemos persuadi-los a renunciarem, se necessário, a certas explorações na região do Ártico [...], especialmente às explorações de hidrocarbonetos [ndr: combustíveis] líquidos, que apresentam riscos demais", continuou.

"Nosso dever é, de fato e antes de tudo, incitar uma transição energética que possa nos libertar da dependência dos produtos derivados de petróleo", concluiu Albert II.

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