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Palestinos reforçam ofensiva diplomática após eleições em Israel

Os palestinos vão intensificar seus esforços diplomáticos no Tribunal Penal Internacional (TPI) para processar os líderes israelenses nesse órgão - declarou nesta terça-feira o negociador-chefe palestino, Saeb Erakat, pouco depois da divulgação de pesquisas de boca de urna sobre as eleições legislativas em Israel.


"Está claro que o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu formará o próximo governo e, por isso, dizemos claramente que vamos à Corte de Haia. Vamos acelerar, continuar e intensificar" a ofensiva diplomática, frisou Erakat, no momento em que as pesquisas apontam uma disputa voto a voto entre o conservador Likud e a União Sionista, de centro-esquerda.

"Todos nós ouvimos as declarações de Netanyahu contra um Estado palestino e em favor da continuação da colonização. Cabe, agora, à comunidade internacional endossar a iniciativa da Palestina - um Estado sob ocupação - no TPI e as adesões a mais organizações internacionais", acrescentou.

Na segunda-feira, Netanyahu excluiu a possibilidade de criação de um Estado palestino, em caso de vitória eleitoral. Além disso, reforçou seu desejo de construir mais moradias para os colonos de Jerusalém Oriental, território ocupado e anexado.

"Aqueles da comunidade internacional que protegem Netanyahu são cúmplices, quando ele ameaça matar a solução de dois Estados. Isso entra na categoria dos crimes de guerra", denunciou Erakat.

O último fracasso das negociações de paz remonta a abril de 2014. Depois, os palestinos tentaram obter da ONU uma resolução para acabar com a ocupação israelense e aderiram ao TPI com a intenção de denunciar os dirigentes israelenses por crimes de guerra.

Do lado israelense, nem direita nem esquerda apoiam o desmantelamento dos blocos de colônias na Cisjordânia ocupada e aceitam apenas a criação de um Estado palestino desmilitarizado e dividido.

O movimento islâmico Hamas, no poder na Faixa de Gaza, afirma que "não faz diferença entre os partidos israelenses" e que está "preparado e forte" para o caso de uma nova guerra com Israel.