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Magnata americano Robert Durst é acusado de assassinato

As autoridades municipais abriram um processo contra ele por encontrar em seu quarto de hotel uma pistola calibre .38 e maconha

Agência France-Presse
postado em 17/03/2015 20:57
Robert Durst, de 71 anos, o magnata herdeiro de um império imobiliário em Nova York, voltou a comparecer à Justiça, nesta terça-feira, após ser formalmente indiciado por assassinato. Ele teria admitido sua culpa no crime, sem querer, no documentário "The Jinx: The Life and Deaths of Robert Durst", produzido pela rede HBO, sobre sua vida.



Depois de afirmar que "a audiência" era o motor das acusações, os advogados de Durst disseram esperar que seu cliente possa se defender o mais rápido possível em um tribunal na Califórnia.

Detido no sábado, véspera da exibição na HBO do último episódio do documentário de seis partes sobre sua vida, o excêntrico multimilionário continua preso em Nova Orleans.

As autoridades municipais abriram um processo contra ele por encontrar em seu quarto de hotel uma pistola calibre .38 e maconha. "Vamos continuar lutando por Bob", garantiu seu principal advogado, Dick DeGuerin, no tribunal de Nova Orleans.

A próxima audiência do caso é na segunda-feira que vem. "Desmontaremos os fundamentos de sua detenção, porque acreditamos que está baseado na audiência, e não nos fatos", acrescentou DeGuerin.

"Temo que a ordem de detenção tenha sido emitida na Califórnia, em razão de um programa de televisão", insistiu. No último episódio da série, é possível escutar Robert Durst, murmurando para si mesmo: "que diabos eu fiz? Matei todos, é claro" - sem saber que o microfone estava aberto.

Ainda não se sabe se essa aparente confissão é sincera, mas, seguindo jornais americanos, as autoridades de Los Angeles se apoiaram nelas para ordenar sua detenção.

Esse parece ser um desfecho inesperado para o caso Durst, que tem intrigado os Estados Unidos desde o desaparecimento da mulher do magnata, Kathleen, em 1982, na periferia de Nova York.

Em 2003, Durst foi acusado pelo assassinato do vizinho Morris Black, de 71, no Texas (centro-sul dos EUA), mas acabou inocentado, após alegar legítima defesa.

Durst também era suspeito da morte, em 2000, de Susan Berman, filha de um mafioso de Las Vegas. Susan foi morta com um tiro na cabeça em sua casa de Beverly Hills, um dia antes de depor sobre o desaparecimento de Kathleen.

Durst foi formalmente acusado por esse crime, na segunda-feira, em Los Angeles. A Procuradoria pode pedir que seja condenado à morte em função de circunstâncias especiais, já que Susan Berman havia sido citada pela polícia para testemunhar sobre o desaparecimento da mulher do magnata.

O diretor do documentário, Andrew Jarecki, disse na segunda-feira ao canal ABC que a equipe de produção descobriu a confissão distraída de Durst quando examinava sequências filmadas há três anos.

"Estava sentado na sala de montagem com meus sócios e não pude acreditar. Levou um tempo para entender o que significava", contou Jarecki.

"Estávamos em contato com os investigadores do caso nos últimos anos, então, quando descobrimos isto, entramos imediatamente em contato", acrescentou.

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