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Mais de 100 mil celebram em Moscou aniversário da anexação da Crimeia

Referendo da reintegração da península foi aprovado em março de 2014

Mais de 100 mil pessoas, segundo as primeiras estimativas da polícia russa, concentraram-se hoje (18/3) na Praça Vermelha, em Moscou, para celebrar o primeiro aniversário de anexação da Crimeia (península ao Sul da Ucrânia) à Rússia.

Num ambiente festivo, com bandeiras e balões de cores, os participantes reuniram-se junto da Catedral de São Basílio e dos muros do Kremlin (sede da presidência russa) para assistir a um concerto comemorativo, com vários artistas e intervenções políticas, sob o lema ;Estamos juntos;.

Entre os vários cartazes exibidos pelos manifestantes podia-se ler a frase ;Eu sou Crimeia;, segundo a agência espanhola EFE. O porta-voz do Kremlin, Dmitri Peskov, não confirmou, mas também não excluiu, a possível presença do presidente russo, Vladimir Putin, no evento.

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Putin presidiu hoje uma reunião governamental dedicada à reunificação da Crimeia com a Rússia, na qual felicitou o povo russo pela anexação. Em 16 de março de 2014, os habitantes da Crimeia, península situada no sul da Ucrânia e de maioria russófona, aprovaram em referendo a sua reintegração à Federação da Rússia.

O referendo, aprovado por 97% dos eleitores, segundo as autoridades da Crimeia, mas denunciado como ilegal pela Ucrânia e pelos países ocidentais, iniciou um ano de conflitos diplomáticos sem precedentes, desde o final da Guerra Fria. Simultaneamente, deu alento às ambições separatistas no Leste da Ucrânia, onde um conflito armado já provocou mais de 6 mil mortes.

Dois dias depois do referendo, em um desafio às sanções anunciadas pelo Ocidente, Putin assinava um decreto sobre a integração da Crimeia à Rússia. Putin reconhece que as sanções econômicas ocidentais impostas após a anexação prejudicaram a Rússia, mas nega que tenham sido ;fatais;.