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Netanyahu se desmente de novo e nega abandonar solução de 'dois Estados'

Por outro lado, o presidente da Autoridade Nacional Palestinam Mahmud Abbas, afirma que Abbas "trabalhará com qualquer governo que aceite Estado palestino"

Agência France-Presse
postado em 19/03/2015 18:37
O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, negou que tenha ido para o extremo oposto ao dizer que nunca estaria de acordo com a criação de um Estado palestino, durante a campanha eleitoral. Na opinião dele, as condições ainda não são favoráveis.

Reeleito na terça-feira para o terceiro mandato consecutivo (o quarto, incluindo o período 1996-1999), Netanyahu se esquivou durante entrevista à Fox News.

"Eu não voltei atrás em nada do que disse há seis anos, ao conclamar no sentido de uma solução para a fundação de um Estado palestino desmilitarizado que possa reconhecer o Estado judeu. Disse, isso sim, que as condições, atualmente, ainda não são favoráveis", declarou ao canal dos EUA.

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Durante a campanha para as eleições legislativas, o primeiro-ministro tinha dito que se oporia à criação de um Estado palestino se fosse reeleito.

Mesmo assim, acusou o presidente da Autoridade Nacional Palestina, Mahmud Abbas, de não reconhecer o Estado judeu. O governante, na primeira entrevista a uma emissora de televisão dos EUA (NBC), após a confirmação da reeleição, também pediu aos palestinos que "se comprometam de forma sincera com o processo de paz com Israel", abandonando a relação com o movimento extremista Hamas.

Abbas "trabalhará com qualquer governo que aceite Estado palestino"

"Necessitamos que o Estado Judeu seja reconhecido, para que a verdadeira segurança possa permitir uma solução real de dois Estados", acrescentou o premiê israelense.

No entanto, Netanyahu parecia ter enterrado o processo de paz, ao excluir a criação de um Estado palestino no último dia de campanha para as eleições legislativas, o que significava uma incerteza.

Os países ocidentais insistem na reativação do processo de paz com vistas a um acordo sobre a base de dois Estados. O governo dos Estados Unidos reafirmou seu apoio a esta solução, na quarta (18), quando parabenizou Benjamin Netanyahu pela vitória nas urnas.

Mahmud Abbas, por sua vez, disse nesta quinta (19) que "trabalhará com qualquer governo israelense que aceite, no futuro, a existência de um Estado palestino ao lado de Israel", segundo o porta-voz Nabil Abu Rudeina.

Na entrevista à NBC, Netanyahu também disse que se sente "orgulhoso" de ser o primeiro-ministro de todos os israelenses, judeus e árabes, após reforçar o "perigo" do voto árabe, o que gerou preocupações em Washington.

Por meio deste discurso, pontuou a Casa Branca em comunicado na quarta, o governo de Israel "busca deixar os cidadãos árabe-israelenses à margem".

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