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Israel recua e suaviza declarações contra a criação do Estado palestino

Funcionários do governo Obama anunciam uma "reavaliação" das relações e da posição dos EUA na ONU

postado em 20/03/2015 06:12

Recém-reeleito para chefiar o governo de Israel, Benjamin Bibi Netanyahu ensaiou ontem um recuo na promessa de campanha de não permitir o estabelecimento de um Estado palestino enquanto for primeiro-ministro. Falando à tevê americana MSNBC, na primeira entrevista após a surpreendente vitória eleitoral de seu partido, o direitista Likud, o premiê voltou a dizer que apoia a ;solução de dois Estados; para o conflito com os palestinos. Aparentemente, porém, a declaração não bastou para convencer o governo de Barack Obama, que anunciou uma ;reavaliação; da política para a questão e acenou com a possibilidade de apoiar uma resolução sobre o tema nas Nações Unidas.

Na véspera das votações, Netanyahu respondera ;correto; a um jornalista do site NRG que perguntou: ;Se você for premiê, um Estado palestino não será criado?; Netanyahu completou, argumentando que ;qualquer pessoa que for estabelecer um Estado palestino hoje e desocupar territórios está dando espaço de ataque aos radicais islâmicos contra o Estado de Israel;. Ontem, Bibi disse ser favorável a uma ;solução pacífica de dois Estados; e desmentiu que tivesse contradito um discurso feito em 2009, na Universidade de Bar-Ilan, quando expressou seu apoio à criação do Estado palestino. ;Não mudei minha política;, disse ele ontem à MSNBC, alegando que ;o que mudou foi a realidade;.

Mal-estar

A reeleição de Bibi, creditada em parte à adoção de um discurso mais duro, não agradou ao governo norte-americano e ajudou a azedar ainda mais uma relação bilateral em crise. O presidente Barack Obama cumprimentou o premiê pela vitória apenas ontem, um dia depois de políticos da oposição republicana e líderes europeus terem se manifestado. Uma nota do Conselho de Segurança Nacional diz que Obama telefonou para o premiê, mas a conversa entre eles não teve o entusiasmo geralmente reservado a um aliado tão íntimo. De acordo com o texto, o presidente ligou ;para cumprimentar (o premiê) pelo sucesso de seu partido em conquistar uma pluralidade de assentos na Knesset (parlamento);. Enquanto altos funcionários falavam reservadamente à imprensa americana e israelense sobre a ;reavaliação; das relações, o chefe da Casa Branca ressaltava em público a ;profunda e duradoura aliança; com Israel.

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