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Tunísia indica avanços nas investigações sobre o atentado em museu

O atentado foi o primeiro contra estrangeiros na Tunísia desde 2002. Também é o primeiro reivindicado pelo Estado Islâmico

Agência France-Presse
postado em 21/03/2015 12:17
Tunes - A Tunísia indicou neste sábado que a investigação sobre o atentado ao museu de Bardo avança, sem revelar detalhes, três dias após o ataque reivindicado pelo grupo Estado Islâmico (EI), que matou 20 turistas estrangeiros e um tunisiano.

"O caso está com o juiz. Há desenvolvimentos no caso, mas para preservar o sigilo da investigação e sua eficácia preferimos não dar detalhes", declarou o porta-voz da promotoria, Sofiene Sliti.

As forças de segurança tunisinas montam guarda perto do Museu Nacional Bardo em Tunis, dia 19 de março

Por sua vez, o porta-voz do ministério do Interior, Mohamed Ali Aroui, falou de "mais de dez detenções (de pessoas) envolvidas direta ou indiretamente no ataque, entre as quais pessoas que teriam prestado apoio logístico".

Ele não deu nenhuma indicação sobre o papel ou a identidade dos suspeitos. Finalmente, o pai, os irmãos e a irmã de um dos agressores, Jabeur Khachnaoui, foram libertados pela polícia, de acordo com uma fonte policial.

O presidente Beji Caid Essebsi insistiu, por sua vez, em seu compromisso para vencer o movimento jihadista armado que está crescendo na Tunísia desde a revolução de 2011.

"O principal desafio é o da segurança", disse em discurso à nação por ocasião do 59; aniversário da independência após prometer uma luta "sem piedade contra o terrorismo" na quinta-feira.

O atentado foi o primeiro contra estrangeiros na Tunísia desde 2002. Também é o primeiro reivindicado pelo EI, que atua na Líbia, Síria e Iraque e que conta com centenas de tunisianos em suas fileiras.

Estes eventos também revelaram falhas de segurança, tendo em vista que dois jovens armados com Kalashnikovs foram capazes de aproximar-se do mais prestigioso museu do país e perto do Parlamento.

O vice-presidente da Assembleia, Abdelfattah Mourou, disse à AFP que, dos quatro policiais responsáveis pela proteção do Parlamento, "dois estavam em um café, o terceiro lanchava e o quarto não se apresentou".

Um turista francês, que chegou neste sábado em Marselha, e que visitou o museu pouco antes do ataque, também destacou a falta de medidas de segurança. "Havia apenas um cara com uma metralhadora na entrada do estacionamento", relatou Thierry.

O chefe de governo reconheceu "falhas em todo o sistema de segurança", mas seu ministro do Interior, Najem Gharsalli, assegurou que suas tropas tinham "evitado uma catástrofe".

Quanto às vítimas, a Tunísia identificou oficialmente 19 dos 20 estrangeiros mortos, bem como o policial tunisiano. E uma missa foi realizada na Catedral de Túnis na manhã desta sábado, na presença de membros do governo.

O chefe do centro cirúrgico do hospital Charles Nicolle, Chadli Dziri, informou à AFP que um dos 43 feridos ainda corre risco de morte, seria um turista francês atingido no abdômen e no fêmur.



O médico disse que a condição de muitos feridos mostrou que os pistoleiros alvo os turistas que tentavam escapar. "Foi a partir de balas em pessoas que fogem, balas nas costas, com os membros", disse ele.

Por fim, a comissão organizadora do Fórum Social Mundial (FSM) anunciou a sua manutenção dentro do cronograma (24 a 28 de março) em Túnis, acrescentando que abriria com uma marcha em direção ao museu.

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