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Crise reaberta com a Venezuela coloca EUA fora de sintonia com bloco latino

A recente movimentação diminui as esperanças de que o governo americano se aproxime dos vizinhos ao sul, às vésperas de mais uma Cúpula das Américas, em 10 e 11 de abril

postado em 22/03/2015 08:00
A recente movimentação  diminui as esperanças de que o governo americano se aproxime dos vizinhos ao sul, às vésperas de mais uma Cúpula das Américas, em 10 e 11 de abril

Há um ano, a morte de Wilfredo Rey e Argenis Hernández elevava o número de vítimas da violência nos protestos contra o presidente Nicolás Maduro e acendia um alerta sobre a crise política na Venezuela. Apesar de uma comissão da União de Nações Sul-Americanas (Unasul) ter desembarcado no país para estimular o diálogo, poucos dias após a morte dos jovens, o engajamento regional não impediu que líderes da oposição fossem presos. Sem solução para a turbulência doméstica, o país vê se deteriorarem as já difíceis relações com os Estados Unidos. Na semana passada, representantes do continente voltaram a debater o caso venezuelano e saíram em defesa de Caracas no impasse com Washington. A recente movimentação, porém, diminui as esperanças de que o governo americano se aproxime dos vizinhos ao sul, às vésperas de mais uma Cúpula das Américas, em 10 e 11 de abril.

A expectativa inicial era de que a distensão entre Washington e Caracas dominasse as conversas no encontro. No início do mês, porém, o presidente Barack Obama anunciou sanções contra o regime de Caracas, apontado como ;ameaça incomum e extraordinária; para a segurança dos EUA. Francisco Carrión, ex-chanceler equatoriano e professor de relações internacionais da Faculdade Latino-Americana de Ciências Sociais do Equador (Flacso), vê no movimento de Obama um ;retrocesso;. ;Foi um erro monumental. Depois de ter dado o passo histórico de restabelecer relações com Cuba, é lamentável que Washington tenha aberto uma frente de confrontação com um país que não é, de nenhuma maneira, uma ameaça;, lamenta.

O anúncio caiu como balde de água fria sobre quem acreditou que a reaproximação com Havana pudesse representar uma nova e positiva etapa para as relações interamericanas. ;A América Latina é uma região totalmente diferente do que era há 30 anos. Tem instituições consolidadas, é mais madura e mais democrática. A imposição por parte de EUA, uma potência hegemônica, já não é mais usual;, argumenta. Para Luiz Augusto de Castro Neves, ex-embaixador do Brasil e presidente do Conselho Curador do Centro Brasileiro de Relações Internacionais (Cebri), a manifestação americana apenas contribuiu para que houvesse ;um algum movimento de solidariedade por parte dos países latino-americanos em relação à Venezuela;.

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