Agência France-Presse
postado em 22/03/2015 12:28
Três soldados ucranianos foram feridos nas últimas 24 horas no leste do país, anunciou neste domingo um porta-voz militar ucraniano, situando o principal ponto quente do conflito no aeroporto de Donetsk, onde jornalistas da AFP ouviram um intenso tiroteio na parte da manhã."Nas últimas 24 horas, não houve perdas entre os soldados ucranianos. Três ficaram feridos", declarou Andri; Lyssenko, durante uma coletiva de imprensa, sem indicar onde esses militares foram feridos.
A situação no leste "continua instável. O inimigo não tem respeitado o cessar-fogo", acrescentou.
O porta-voz informou que os rebeldes dispararam "com artilharia, que deveria ter sido retirada (da linha de frente) segundo os acordos de Minsk" contra posições ucranianas perto de Avdiivka, cidade sob controle das forças governamentais localizada perto das ruínas do aeroporto de Donetsk, nas mãos dos rebeldes desde janeiro.
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"O ponto mais quente é a zona do aeroporto de Donetsk", disse ele, acrescentando que as forças ucranianas registraram o sobrevoo de 9 drones inimigos ao longo das últimas 24 horas, sem especificar onde.
[SAIBAMAIS]De acordo com jornalistas da AFP em Donetsk, pesado fogo de artilharia podia ser ouvido na manhã deste domingo na área perto do aeroporto, apesar de um cessar-fogo em vigor desde 15 de fevereiro.
Combates esporádicos também prosseguem na cidade de Chirokin, perto do porto estratégico de Mariupol, a última grande cidade no leste rebelde controlada pelo governo de Kiev.
De acordo com o exército ucraniano, rebeldes atiraram com canhões de 120 milímetros contra a localidade na madrugada deste domingo.
Sábado à noite, o presidente da Ucrânia, Petro Poroshenko, considerou que o conflito armado no leste separatista pró-russo, que deixou mais de 6.000 mortos em 11 meses, não poderia ser resolvido por meios militares.
"Vamos pagar o preço de dezenas de milhares de vidas se lutarmos contra as tropas de ocupação russas e os separatistas apoiados pela Rússia em bairros urbanos", disse ele, defendendo uma "reintegração" dos territórios sob controle rebelde.
Kiev e o Ocidente acusam a Rússia de armar os separatistas no leste da Ucrânia e ter implantado tropas, o que Moscou nega.