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Extrema-direita europeia se reúne na Rússia a convite de partido pró-Putin

Os partidos de extrema-direita europeus apoiaram nos últimos meses a postura de Putin na crise ucraniana, frente ao que chamam de "imperialismo americano"

Agência France-Presse
postado em 22/03/2015 17:25
São Petersburgo - Representantes de uma dezena de partidos europeus da extrema-direita se reuniram neste domingo na Rússia em um fórum organizado por uma formação política vinculada ao Kremlin, onde defenderam os "valores tradicionais" familiares e criticaram as sanções contra Moscou motivadas pela guerra na Ucrânia.

Cerca de 150 membros de movimentos nacionalistas, como os partidos de inspiração neonazista Aurora Dourada (grego), NPD (alemão) e Ataka(búlgaro), abordaram o "apoio aos valores tradicionais" familiares defendidos por Vladimir Putin, o conflito na Ucrânia ou a política americana.

Reunidos na cidade de São Petersburgo a convite do partido Rodina (Pátria), os participantes concordaram com a necessidade de integrar um movimento que lhes servisse de tribuna comum contra as "ameaças à soberania e à identidade nacional".

Os partidos de extrema-direita europeus apoiaram nos últimos meses a postura de Putin na crise ucraniana, frente ao que chamam de "imperialismo americano". A presidente da francesa Frente Nacional, Marine Le Pen, voltou a criticar neste sábado as sanções europeias contra a Rússia, decretadas "por ordem dos Estados Unidos" e a "propaganda antirrussa" na crise ucraniana.

Moscou, por sua vez, diz combater o "fascismo" na Ucrânia, onde manifestantes pró-ocidentais ao lado de grupos nacionalistas, alguns de extrema-direita, depuseram o presidente pró-russo Viktor Yanukovich no começo de 2014.

A Federação de comunidades judaicas na Rússia mostrou "grande preocupação" com a organização de um encontro com estas características, "particularmente cínico" por ser realizado a poucas semanas da comemoração dos 70 anos da vitória russa contra a Alemanha nazista.



Em 19 de maio, Moscou celebrará com um grande desfile a data, motivo de grande orgulho para os russos, sem a presença de seus antigos aliados ocidentais, devido à crise ucraniana.

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