Agência France-Presse
postado em 23/03/2015 09:55
Madri, Espanha - O menino britânico Ashya King, que viveu uma odisseia quando seus pais o retiraram de um hospital britânico descontentes com o tratamento contra um tumor cerebral, superou a doença, declarou a família nesta segunda-feira (23/3). "Não tem células cancerígenas e os marcadores do tumor deram negativo", disse à AFP Juan Isidro Fernández Díaz, advogado da família, que se estabeleceu na Espanha. "Pode andar, pode comer, vê perfeitamente", acrescentou Fernández Díaz, declarando que "ainda precisa de reabilitação".[SAIBAMAIS]Em uma entrevista publicada no jornal britânico The Sun nesta segunda-feira, os pais do menino, Brett e Naghemeh King, disseram ter recebido um boletim médico declarando que o menino, que se recupera na casa que a família tem na Espanha, está livre da doença. "É um milagre que acreditávamos que nunca veríamos", disse a mãe, Naghemeh. "Se tivéssemos deixado Ashya com o NHS (serviço público de saúde) na Grã-Bretanha, não estaria mais conosco", completou.
O Proton Therapy Center (PTC) de Praga, o centro tcheco onde o menino foi tratado, mostrou-se mais cauteloso. "Não vimos os scanners, mas se King recebeu esta notícia estamos felizes, embora seja prematuro avaliar a notícia de um ponto de vista médico", declarou à AFP Iva Tatounova, uma funcionária do centro.
O caso do menino virou manchete em agosto de 2014, quando as autoridades britânicas ordenaram a busca e a captura de seus pais, que o tiraram de um hospital de Southampton (Inglaterra) sem autorização dos médicos, antes de levá-lo a Málaga, no sul da Espanha.
As autoridades britânicas consideraram que isso colocava em risco a vida de seu filho. Os pais, por sua vez, não estavam de acordo com o tratamento do hospital britânico, considerado muito agressivo por eles. Foram detidos na Espanha, onde passaram quatro dias na prisão, antes de serem libertados e levarem seu filho a Praga para submetê-lo a uma terapia de prótons.
Ashya King foi submetido a 30 sessões de terapia em Praga. A terapia de prótons, que não é oferecida pelo serviço de saúde britânico, consiste em destruir as células cancerígenas com um feixe de prótons centrado nas zonas lesionadas e evitando as saudáveis.