Agência France-Presse
postado em 23/03/2015 15:21
Qualquer acordo nuclear com o Irã deve restringir sua infraestrutura por décadas antes que o Congresso dos Estados Unidos levante as atuais sanções, expressou nesta segunda-feira (23/3) 80% da Câmara de Representantes ao presidente Barack Obama.No total 367 legisladores democratas e republicanos ressaltaram os graves e urgentes problemas nas negociações entre o Irã e o grupo 5%2b1 das potências mundiais.
"Um acordo nuclear final integral deve restringir a infraestrutura nuclear do Irã para que não caminhe para uma bomba, e este acordo deve ser de longa duração", afirmou a carta enviada ao presidente.
As negociações supostamente devem ser retomadas na quarta-feira (25/3) em Teerã, antes da data limite fixada para 31 de março.
Na semana passada terminou sem êxito uma nova reunião de vários dias em Lausanne (Suíça). Ao longo da semana foram divulgados rumores de tensões no seio do grupo 5%2b1 (Estados Unidos, Rússia, China, França e Reino Unido, além da Alemanha), no qual Paris é considerado o mais intransigente em relação a Teerã.
"Diante de décadas de mentiras do Irã, os negociadores devem obter os máximos compromissos de transparência por parte do Irã", afirma a carta dos legisladores.
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"Qualquer regime de inspeção e verificação deve permitir com curto aviso prévio o acesso a lugares suspeitos, e as limitações verificáveis sobre o programa nuclear do Irã devem durar décadas", declarou.
Nos últimos meses os republicanos criticaram a administração Obama por seu desempenho nas negociações.
Muitos democratas também são céticos e se dizem prontos para agir e bloquear qualquer acordo que considerarem insuficiente.
Os congressistas também ressaltaram que um alívio das sanções deve significar mudanças legislativas.
"Para rever este acordo, o Congresso deve estar convencido de que seus termos bloqueiam qualquer caminho que leve a uma bomba, e apenas então o Congresso estará apto a considerar o alívio das sanções permanentes", indicaram.
Uma carta enviada a líderes do Irã e assinada pela maioria dos senadores republicanos desinflou o furor duas semanas atrás ao alertar que Obama não tinha o poder de concluir um acordo duradouro e dependia do legislativo.