Agência France-Presse
postado em 23/03/2015 19:27
A Casa Branca pediu nesta segunda-feira (23/3) a Israel que acabe com "uma ocupação que já leva mais de 50 anos" e insistiu em seu desejo de que a região chegue a uma solução de dois Estados, um israelense e outro palestino.
Washington também denunciou os comentários do primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, que durante a campanha eleitoral descartou a possibilidade de se negociar a proposta de dois Estados.
"Simplesmente não podemos atuar como se estas palavras não tivessem sido pronunciadas, ou como se não provocassem dúvidas sobre o compromisso do primeiro-ministro de alcançar a paz através de negociações diretas", declarou Denis McDonough, secretário-geral da Casa Branca, em referência às "preocupantes" declarações de Netanyahu.
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"Os Estados Unidos jamais deixarão de trabalhar por uma solução de dois Estados", prosseguiu McDonough em um discurso em Washington para a organização pró-israelense J Street, acrescentando que é fundamental "acabar com uma ocupação que já dura mais de 50 anos".
Após a vitória de seu partido nas eleições de 17 de março, Netanyahu mudou o discurso e afirmou, em várias entrevistas, que não se opõe à ideia de um Estado palestino coexistindo com Israel.
Mas a mudança de discurso de Netanyahu não convence a Casa Branca, que anunciou sua intenção de reavaliar sua posição sobre Israel na ONU, onde o apoio dos Estados Unidos é crucial.
Denunciando com força os "comentários contraditórios" de Netanyahu, McDonough destacou que os palestinos "têm o direito de viver em um Estado soberano e manter o próprio governo".
O secretário-geral da Casa Branca não se referiu às desculpas públicas apresentadas nesta segunda-feira por Netanyahu por haver denunciado o "risco" da mobilização dos árabes-israelenses durante as recentes eleições legislativas.