Agência France-Presse
postado em 23/03/2015 19:55
A Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) lamentou nesta segunda-feira (23/3) o escasso avanço de sua cooperação com o Irã sobre a suposta dimensão militar de seu programa nuclear, embora tal constatação não seja motivo para pedir o bloqueio de um acordo com as grandes potências."O Irã demonstrou algum compromisso no que diz respeito à (transparência de uma) possível dimensão militar. Mas nos últimos meses, os avanços foram muito limitados", criticou o diretor-geral da AIEA, o japonês Yukiya Amano, à margem de uma conferência sobre proliferação nuclear em Washington.
A AIEA investiga há anos uma eventual dimensão militar do programa nuclear de Teerã. Esta organização da ONU pede ao Irã que responda denúncias concretas, formuladas em 2011, segundo as quais o Irã realizou antes de 2003 investigações e trabalhos pontuais para desenvolver a bomba atômica. A República Islâmica sempre negou que tentasse obter armas nucleares.
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A AIEA investiga no âmbito de um acordo, firmado em novembro de 2013, com o Irã, que tenha aceitado medidas de transparência sobre seu controverso programa nuclear.
"Devemos acelerar este esclarecimento (...), mas o fato é que os avanços são limitados", insistiu Amano a jornalistas.
Uma delegação da AIEA esteve em Teerã há duas semanas e em seu último boletim de 19 de fevereiro, acusou o Irã de não ter fornecido "alguma explicação que permita à agência esclarecer os dois assuntos" pendentes: "detonadores" e estudos de "cálculo e modelização" sobre o transporte de nêutrons.
No entanto, afirmou Amano, estas diferenças não deveriam impedir que o Irã e as grandes potências do grupo 5%2b1 (EUA, China, Rússia, França, Reino Unido e Alemanha) alcancem, antes do fim de março, um acordo que garanta o caráter pacífico do programa nuclear iraniano em troca de uma suspensão progressiva das sanções contra Teerã.